segunda-feira, 21 de março de 2016

Cientistas descobrem bactéria que come garrafa PET

Link para texto completo: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/03/1748592-cientistas-descobrem-bacteria-que-come-garrafa-pet.shtml

Trecho: Pesquisadores no Japão descobriram uma bactéria que é capaz de comer o plástico PET, largamente utilizado em embalagens, especialmente em garrafas. Além do potencial uso para resolver os sérios problemas ambientais causados pelo acúmulo desse plástico na natureza, a pesquisa pode ajudar a entender a evolução natural das bactérias. A equipe de dez cientistas, liderada por Kohei Oda, do Instituto de Tecnologia de Kyoto, coletou, em uma usina de reciclagem em Osaka, 250 amostras de sedimentos, águas residuais ou solo contaminadas por PET. Eles então fizeram uma triagem para descobrir microrganismos capazes de usar o plástico como uma fonte de carbono para crescimento.
Urna das amostras de sedimento, a "número 46", continha um "consórcio microbiano" —de vários tipos de germes, como bactérias, protozoários, células semelhantes a leveduras— capaz de se fixar em um filme fino de PET e degradá-lo, literalmente esburacando o filme. Usando diluições dessa amostra, foi possível isolar a responsável pelo buraco, a Ideonella sakaiensis —a primeira bactéria sabidamente capaz disso. Os resultados estão na revista "Science".
A bactéria age de modo bem simples, empregando apenas duas enzimas: uma que age na superfície do PET e outra que termina a "digestão" dentro do micróbio. Enzimas são substâncias orgânicas capazes de acelerar reações químicas, convertendo uma substância, o chamado substrato, em uma outra, o produto.

domingo, 20 de março de 2016

FOSFOETANOLAMINA: Relatórios de Ministério dizem que pílula da USP não é eficaz contra câncer

Link para texto completo: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/03/19/relatorios-de-ministerio-dizem-que-pilula-da-usp-nao-e-eficaz-contra-cancer.htm

Trecho: Os cinco primeiros relatórios das pesquisas financiadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para avaliar a segurança e eficácia da fosfoetanolamina indicam que a molécula não age contra o câncer. Além disso, nas análises, as "pílulas da USP", fabricadas por Salvador Claro Neto da USP (Universidade de São Paulo) São Carlos, possuem composição irregular, com um máximo de 32,2% de fosfoetanolamina. No total, o MCTI vai investir, em três anos, R$ 10 milhões nesses estudos.
Entre os vários sais que compunham as cápsulas analisadas, apenas a monoetanolamina apresentou alguma atividade citotóxica e antiproliferativa (ou seja, tóxica, que podem destruir as células cancerosas ou que evitasse que sua proliferação) sobre células humanas de carcinoma de pâncreas e melanoma in vitro estudadas. Mas mesmo assim, sua eficácia é menor do que a de quimioterápicos comuns. Essa pode ser a razão de a pílula apresentar uma mínima ação contra o câncer. Entretanto, o composto já foi apontado como tóxico quando ingerido em grande escala.
"Estudo encomendado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia sobre a fosfoetanolamina em dois tipos de células tumorais e usando três métodos diferentes comprova que o composto não tem efeito nenhum, nem mesmo em concentrações milhares de vezes maiores do que as que seriam possíveis se usar clinicamente", disse a pesquisadora do Instituto de Química da USP, Alicia Kowaltowski.
A informação é relevante e deverá ser usada na análise do Senado sobre a aprovação de uso da cápsula. Na última quinta-feira (17), a Comissão de Assuntos Sociais da Casa aprovou o projeto de lei da Câmara dos Deputados que trata o assunto, mas destacou que ele só valeria enquanto não houvesse estudos para atestar sua segurança e eficácia. O projeto vai agora para votação no plenário do Senado.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Aluna brasileira cria isopor a partir de cana-de-açúcar

Link para texto completo: http://www.sonoticiaboa.com.br/2016/02/18/aluna-brasileira-cria-isopor-a-partir-de-cana-de-acucar/

Trecho: A ideia veio depois que Sayuri Minamoto Magnabosco, de 17 anos, viu a mãe chegar do mercado com produtos embalados com isopor, material que contribui com o acúmulo de resíduos nos lixões e aterros, e que demora de 100 a 300 anos para se decompor.
A estudante do ensino médio de Curitiba, Paraná, pensou em uma solução: por que não produzir bandejas a partir do bagaço da cana-de-açúcar?
A ideia veio depois que Sayuri Minamoto Magnabosco, de 17 anos, viu a mãe chegar do mercado com produtos embalados com isopor, material que contribui com o acúmulo de resíduos nos lixões e aterros, e que demora de 100 a 300 anos para se decompor.
A estudante do ensino médio de Curitiba, Paraná, pensou em uma solução: por que não produzir bandejas a partir do bagaço da cana-de-açúcar?
O talento da jovem e ajuda da mãe e dos professores fizeram com que a bandeja biodegradável saísse do papel.
Um ano depois, tem até pedido de patente e uma quantia invejável de prêmios para a garota cientista.

Como: A ideia é simples, da maneira como deve ser um projeto científico no ensino médio, defende o professor Cornélio Schwambach, orientador de Sayuri.
A cana ela conseguiu com um vendedor de caldo, perto de casa. Bateu no liquidificador de casa e misturou àquela cola branca caseira, que os mais antigos conhecem bem: farinha de trigo e água, fervidos no fogão.
A parte difícil foi secar no sol. É que o clima de Curitiba não ajudou muito (“alguns eu deixei para secar no forno”).
Outra dificuldade: encontrar uma “solução básica” para misturar ao bagaço para impedir a fermentação.
Esta é uma etapa importante, porque a bandeja não podia ser tão biodegradável a ponto de estragar, enquanto o alimento ainda está próprio para consumo.
“Pesquisei nos produtos de limpeza, vi o que era utilizado, e encontrei uma substância que não teria nenhum efeito tóxico sobre o bagaço”, explicou.
Mas como conseguiu escolher um produto químico desses? Sayuri conta que foi com a ajuda da mãe, que é farmacêutica e “conhece bastante de substâncias”.
Marina, a mãe, nega: “Que nada, ela fez tudo sozinho, é superautodidata”.


Iniciação científica:
O Colégio Bom Jesus criou em 2011 o programa de Iniciação Científica (IC) para o ensino médio. É uma forma de canalizar a criatividade dos adolescentes em prol da ciência.
Sayuri é da segunda geração de orientados. Sua coleção de medalhas inclui passagens pelas feiras de ciências da Usina de Itaipu, da Universidade de São Paulo (USP) – a maior do país–e da chamada Olimpíada dos Gênios, realizada em Nova York.

Manifestação a favor de Dilma reúne 95 mil em SP

Link para texto completo: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1751748-manifestacao-pro-dilma-reune-95-mil-pessoas-em-sp-diz-datafolha.shtml

Trecho: A manifestação em São Paulo a favor da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nomeado na última quinta-feira (17/03/16) ministro-chefe da Casa Civil, atraiu, segundo o Datafolha, 95 mil pessoas à região da avenida Paulista na tarde desta sexta (18/03/16). 
Protestos foram realizados em ao menos 45 cidades, incluindo todas as capitais do país, mas a capital paulista teve a maior aglomeração de pessoas —Lula foi à manifestação, onde permaneceu por cerca de uma hora e fez um discurso. O PT, um dos organizadores da manifestação (ao lado da CUT e outros movimentos sociais), disse que mais de 500 mil pessoas estiveram nela. A Polícia Militar estimou o público em 80 mil pessoas às 18h45, no auge do movimento. 
O pico de concentração de pessoas, segundo o Datafolha, se deu às 19h, quando 83 mil pessoas estiveram no local; 14 mil permaneceram do início ao fim. A contagem do instituto foi realizada das 16h às 20h30. 


Maior manifestação da história do País aumenta pressão por saída de Dilma

Link para texto completo: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,manifestacoes-em-todos-os-estados-superam-as-de-marco-do-ano-passado,10000021047

Trecho: Na maior manifestação da história do País, milhões de brasileiros foram às ruas neste domingo, 13 de março de 2016, em pelo menos 239 cidades nas cinco regiões, pedir a saída da petista Dilma Rousseff, 68 anos, da Presidência da República. Os protestos também tiveram como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e principal líder do PT, investigado pela Operação Lava Jato e pelo Ministério Público de São Paulo. 
Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados, a cassação do mandato pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno. 

Daniel Teixeira / Estadão
Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados, a cassação do mandato pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno. 
Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados, a cassação do mandato pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno. 
Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados, a cassação do mandato pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno. 
Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados, a cassação do mandato pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno. 
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segunda-feira, 7 de março de 2016

FUNGO DA AMAZÔNIA DIGERE PLÁSTICO

Trata-se do fungo conhecido como Pestalotiopsis microspora, um cogumelo que pode se alimentar de plástico.


Foi descoberta essa sua qualidade por um grupo de estudantes da Universidade de Yale, ao pesquisar a Amazônia equatoriana, com o professor de biologia molecular Scott Strobel. 
E mais, o Pestalotiopsis comedor de plástico não precisa de oxigênio para sua alimentação. Quer dizer, a degradação e transformação promovida por este fungo pode se dar, inclusive, nas camadas mais profundas dos aterros sanitários, por inoculação dos seus micélios.
Realmente, o Pestalotiopsis microspora será uma mão na roda para nós, humanos, já que o tipo de plástico do qual pode se alimentar este fungo é justamente o mais difícil dos plásticos para ser reciclado - o poliuretano.
O poliuretano é um plástico termorrígido e sua reciclagem é muito complexa já que não pode ser derretido e misturado a outros plásticos.
Atualmente é possível seu reuso na fabricação de pistas de atletismo, ao misturá-lo com a resina de poliuretano, e também na feitura de sola para calçados. Para além do mais, o poliuretano é um POP - Poluente Orgânico Persistente - um dos flagelos do meio ambiente e promotor de profundos desequilíbrios ambientais já que são compostos altamente estáveis, que resistem à degradação química, fotolítica e biológica e podem também, entrar na cadeia alimentar pelo processo de bioacumulação em organismos vivos.
O trabalho em questão, Biodegradation of Polyester Polyurethane by Endophytic Fungi, pode ser lido na revista científica Applied and Environmental Microbiology (AEM), aqui mas, antecipe seu interesse lendo abaixo o resumo do mesmo, em livre tradução nossa:
“A biorremediação é uma importante abordagem à redução de resíduos que se baseia em processos biológicos para quebrar uma variedade de poluentes. Isto é tornado possível pela vasta diversidade metabólica do mundo microbiano. Para explorar essa diversidade para a degradação do plástico, nós analisamos várias dezenas de fungos endofíticos por sua capacidade de degradar o poliéster poliuretano polímero sintético (PUR). Vários organismos demonstraram a capacidade de degradar eficazmente o PUR em ambas as suspensões de sólidos e líquidos. Particularmente foi observada atividade robusta entre vários isolados do gênero Pestalotiopsis, embora não tenha sido uma característica universal do gênero. Dois isolados de Pestalotiopsis microspora eram capazes de desenvolver-se com uma alimentação do polímero unicamente, como a única fonte de carbono sob condições aeróbicas e anaeróbicas. A caracterização molecular desta atividade sugere que uma hidrolase serina é responsável pela degradação de PUR. A ampla distribuição da atividade observada e o caso sem precedentes de crescimento anaeróbio utilizando PUR como única fonte de carbono sugerem que endófitas são uma promissora fonte de biodiversidade de partida para o rastreio de propriedades metabólicas úteis para a biorremediação.”


Fonte: https://www.greenme.com.br/informar-se/lixo-e-reciclagem/2935-fungo-amazonia-digere-plastico

sexta-feira, 4 de março de 2016

Cientistas dos EUA criam partes do corpo humano em impressoras 3D

Link para texto completo: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2016-02-17/cientistas-dos-eua-criam-partes-do-corpo-humano-em-impressoras-3d.html

Trecho: Cientistas americanos conseguiram transplantar com sucesso, em animais, partes humanas produzidas por impressoras 3D, o que pode representar um avanço significativo para a medicina regenerativa.
Pedaços de osso, músculo e cartilagem funcionaram normalmente quando enxertados em animais, de acordo com os resultados de um estudo de pesquisadores do Wake Forest Baptist Medical Centre, publicado na revista científica especializada Nature Biotechnology.
Os resultados alimentam as esperanças da medicina de usar tecidos vivos para fazer reparos no corpo humano. Uma ideia que tem sido limitada pelo imenso desafio de manter vivas as células criadas em laboratório - experimentos anteriores apresentaram quadros em que tecidos mais espessos que 0,2 mm tiveram as células privadas de oxigênio e nutrientes.
O time de Wake Forest, porém, desenvolveu uma nova técnica em que a impressão 3D cria um tecido repleto de minicanais que fazem uma função de esponja, permitindo que nutrientes penetrem seu interior.
O Sistema Integrado de Impressão de Tecidos e Órgãos (Itop, na sigla em inglês) combina o uso de plástico biodegradável para a estrutura e um gel que contém as células e as encoraja a crescer.
Quando as estruturas foram implantadas em animais, o plástico se desfez ao ser substituído por uma matriz natural de proteínas produzidas pelas células, enquanto vasos sanguíneos e nervos cresceram nos implantes.

Mariana: pesca é proibida na foz do Rio Doce

Link para texto completo:  http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2016-02-22/tsunami-de-lama-de-mg-leva-pesca-a-ser-proibida-na-foz-do-rio-doce.html

Trecho: Entrou em vigor, nesta segunda-feira (22), a proibição da pesca na região da foz do Rio Doce, consequência do 'tsunami de lama' de Mariana (MG), ocorrido no ano passado. A medida havia sido solicitada pelo Ministério Público Federal por meio de uma ação civil pública e, assim, uma liminar foi concedida pela Justiça Federal do Espírito Santo.
Conforme decisão do juiz Wellington Lopes da Silva, a suspensão da atividade pesqueira tem efeito em dois municípios do litoral capixaba: Aracruz e Linhares. A proibição vale por prazo indeterminado e a única exceção é a pesca destinada à pesquisa científica.
A procuradora da República, Walquiria Imamura Picoli, explica que a ação foi motivada pela ausência de estudos conclusivos sobre a contaminação de peixes, moluscos e crustáceos que habitam a foz do Rio Doce, na qual se encontram rejeitos de mineração provenientes da barragem da mineradora Samarco, que se rompeu em novembro de 2015 no município de Mariana (MG).
"Embora pesquisas venham sendo realizadas, ainda não há um grau de segurança científica que dê ao consumidor o seu direito de informação e de acesso à saúde. Também aguardamos estudos sobre a existência de espécies cuja sobrevivência podem estar em risco", explica ela.
De acordo com a decisão judicial, a proibição da pesca deverá ser garantida com a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Os órgãos estão obrigados a adotar todas as medidas necessárias.

Por que terminamos usando gasolina se já tínhamos carros elétricos e a vapor?

Link para texto completo: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2016-02-28/por-que-terminamos-usando-gasolina-se-ja-tinhamos-carros-eletricos-e-a-vapor.html

Trecho: Os veículos elétricos estão hoje na linha de frente da batalha do século 21 para decidir como serão movidos os carros do futuro. E ainda que os rivais tenham pilhas de combustível, energia solar, biocombustíveis e gás liquefeito, os elétricos têm boa chance de ganhar.
São suaves, silenciosos, limpos, modernos... modernos? Voltemos uns 100 anos.
Um carro elétrico de 1915, um dos cerca de 40 mil produzidos em Detroit (EUA) pela empresa americana Anderson Electric Car Company, entre 1906 e 1940, alcançava velocidade máxima de 40 km/h e andava por até 80 km antes de demandar recarga de suas baterias de chumbo.
Nunca satisfeito
Muitos acreditam que veículos elétricos sejam produto do mundo tecnológico atual, mas esses veículos já eram a opção de muita gente nos EUA no começo do século passado.
E não apenas nos EUA.
Na verdade, o primeiro homem que superou os 100 km/h realizou a façanha em Acheres, perto de Paris, em um veículo elétrico de desenho próprio. O nome do motorista era Camille Jenatzy e o carro era o "Jamais Contente". No entanto, como hoje, não estava claro naquela época qual método de propulsão impulsionaria o carro do futuro. O carro elétrico estava sob pressão nessa competição.
A todo vapor
Os automóveis de vapor funcionavam de forma similar a qualquer outra máquina a vapor.
A água fervia ao calor de bicos de querosene e o vapor era forçado a entrar em cilindros onde empurrava pistões, que faziam girar um eixo que movia as rodas.
Isso era tudo o que queríamos de qualquer fonte de potência: um eixo giratório. A possibilidade de explosões preocupava, mas a energia do vapor era uma velha conhecida, em quem as pessoas confiavam. Havia acompanhado a industrialização desde o século 18 e havia tornado possível o "milagre" dos trens.
O vapor era algo que as pessoas entendiam. Além disso, uma máquina a vapor funcionava com quase qualquer coisa que queimasse.
Esse recurso parecia não apenas o passado, mas também o futuro.
Mudanças no horizonte
Os carros a vapor começaram então a superar os elétricos em vendas nos EUA.
Mas já se via em seus retrovisores, aproximando-se em alta velocidade, o rival que estava destinado a dominar o mundo.
O Motorwagen, considerado por alguns como o "verdadeiro primeiro carro do mundo", funcionava com gasolina. Em 1885, quando Karl Benz ligou o motor de seu Motorwagen pela primeira vez, descreveu o som que fazia como "música do futuro". E ele tinha razão: se a música do século 20 tem uma nota dominante, é a do motor de combustão interna.
E isso é curioso, porque esse tipo de motor é muito exigente.
O motor a gasolina requer eletrônica sofisticada, bomba de óleo, lubrificação, válvulas que sobem e descem, molas, caixa de câmbio, etc.
Então por que terminamos dependendo tanto dele se um motor elétrico é tão simples?
A resposta não está na parte dianteira dos carros, com o motor, mas no tanque de gasolina.
Pode-se encher um tanque com cerca de 85 litros de combustível, o que não é muito em termos de volume, mas permite andar bastante.
Combustíveis fósseis são energeticamente densos e isso foi como um presente da natureza.
Se quisessem viajar a mesma distância com um carro elétrico, seria preciso uma bateria três ou quatro vezes maior do que o próprio carro.
Predomínio fóssil
Os postos de combustíveis apareceram rapidamente por todos os cantos.
Por outro lado, redes elétricas nacionais simplesmente não existiam, o que acabou restringindo os carros elétricos às cidades.
Mas o que ocorreu com o vapor?
Os trens haviam conquistado o mundo, então por que não os carros a vapor?
Eram mais simples mecanicamente do que o "novo" motor de combustão interna, e produziam energia contínua graças à pressão do vapor, portanto não demandavam transmissão, embreagem ou engrenagens de um motor de combustão.
Com poucas peças móveis, funcionavam silenciosamente e podiam conter sua potência em qualquer momento para reduzir a velocidade mais rapidamente que os freios pouco eficientes da época.
Contudo, já no começo do século 20 esses automóveis estavam condenados, por vários fatores.
Uma das chaves foi a linha móvel de produção da Ford que baixou constantemente o preço do modelo T, o veículo popular da montadora.
Quando o Ford T saiu à venda, ter um carro passou a não ser mais um luxo, e o motor de combustão se consolidou como a opção a ser seguida.
Deste modo, a infraestrutura, os preços e os métodos de produção em massa acabaram fazendo a diferença na balança.
Nos anos 1920, a batalha estava ganha. A era do petróleo havia começado e seu deus era o motor alternativo ou de pistão.
De volta ao futuro
O Hyundai ix35 é o primeiro carro com pilha de combustível de hidrogênio disponível de fato em escala comercial.
Custa cerca de US$ 74 mil (R$ 292 mil), mas produtos novos são sempre caros. Logo, alguns ricos os compram, a ideia gera entusiasmo, o preço acaba baixando e o produto fica mais acessível.
O interessante dos automóveis com pilhas de combustível é que realmente são elétricos: o que move suas rodas é um motor elétrico.
Mas em vez de funcionar com uma bateria que precisa de recarga, usa uma célula de combustível que é como ter uma mini central elétrica a bordo.
E uma central muito boa: a do Hyundai ix35, por exemplo, produz 100 KV, energia suficiente para abastecer uma casa.
Além disso, encher o tanque com hidrogênio leva três minutos, e se dirigir com cautela a autonomia chega a 560 km.
E tudo o que sai pelo escapamento é água - nada de gases tóxicos.
Há, porém, um problema comum aos primeiros carros elétricos: há poucos postos de hidrogênio.
E apesar disso ainda parecer história de ficção científica, podemos voltar mais uma vez ao futuro que tínhamos no passado: duas de suas tecnologias precedem o Motorwagen de Benz.
Uma delas é o motor elétrico, e a outra é a própria pilha de combustível.
Os princípios básicos do que hoje parece tão futurista datam do século 19.
William Robert Grove, jurista de profissão e físico de vocação, fez um experimento em 1839 que demonstrava a possibilidade de gerar corrente elétrica a partir de uma reação eletroquímica entre hidrogênio e oxigênio.
Nada de novo sob o Sol?

Zika vírus pode infectar pernilongo comum, diz estudo da Fiocruz


Trecho: O surto do vírus zika no Brasil pode ter um novo vetor além do mosquito Aedes aegypti, segundo revelação feita ontem por pesquisadores do projeto de vetores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco. De acordo com a cientista Constância Ayres, o vírus foi encontrado ativo na glândula salivar e no intestino do mosquito Culex, o pernilongo comum.
"Isso significa que o atual vírus conseguiu escapar de algumas barreiras no mosquito e chegou à glândula salivar", explicou a pesquisadora durante o workshop A, B, C, D, E do vírus zika. No encontro, ela apresentou resultados preliminares da investigação que levaram à disseminação do vírus para a glândula salivar do mosquito, por onde aconteceria a transmissão da doença para humanos.
A conclusão se deu após Constância realizar em laboratório três infecções em aproximadamente 200 mosquitos Culex criados em laboratório em dezembro e em fevereiro. No experimento, a pesquisadora alimentou por sete dias os pernilongos com sangue infectado pelo zika e a conclusão foi que o vírus se manteve ativo. Apesar de parcial, a pesquisa levanta forte hipótese de o Culex também transmitir o vírus da zika.
"Para concluir isso (em definitivo), só falta identificar em campo a espécie de mosquito infectada com o vírus da zika", ressaltou a bióloga que ingressará com a nova fase da pesquisa, partindo para análise do material de campo que está sendo coletado para chegar a uma conclusão - em seis a oito meses.
"Nas casas e onde acontecem registros do vírus estão sendo coletados mosquitos das duas espécies. Trazemos esse material para o laboratório e fazemos os testes moleculares para detectar o vírus nessas espécies. Tendo realizada uma grande quantidade de amostras, poderemos ter uma ideia se o Aedes é o vetor exclusivo, se existem outros vetores e qual a importância de cada um na transmissão", afirma.
A presença do Culex em zonas urbanas do País supera em 20 vezes a incidência do Aedes, conforme os especialistas da Fiocruz. Ele também constituiria uma ameaça maior, por estar disseminado quase em todo o mundo, e por ter facilidade de reprodução em água suja - ao contrário do vetor comum de dengue, zika e chikungunya.
Cautela: Apesar do achado, especialistas dizem que o fato de o Culex ser "infectável" não indica obrigatoriamente que ele possa transmitir zika. "O experimento ainda é muito preliminar", disse Margareth Capurro, bióloga do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
O assunto também foi discutido ontem nos Estados Unidos. Em debate sobre o combate à zika realizado na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Washington, o coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, afirmou que será preciso pesquisar mais para descobrir se o vírus pode ser transmitido pelo Culex. "A possível transmissão não está descartada, mas ainda precisa ser provada. É uma das questões que ainda não sabemos responder", ressaltou. "Diversos estudos estão sendo levados adiante e as análises ainda estão sendo reunidas por entomologistas e outros especialistas", afirmou Buss.

OMS diz que há 'acúmulo de evidências' da relação entre zika e microcefalia

Link para texto completo: http://ultimosegundo.ig.com.br/igvigilante/2016-03-04/oms-diz-que-ha-acumulo-de-evidencias-da-relacao-entre-zika-e-microcefalia.html

Trecho: A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira, 04/03/16, que o Brasil vive a "estação alta" de proliferação da zika e apontou que se acumulam as evidências da relação entre o vírus e os casos de microcefalia. A entidade convocou uma nova reunião de emergência dos especialistas internacionais para o dia 8 de março, com a possibilidade de que o alerta mundial seja incrementado.
Em entrevista à imprensa internacional em Genebra, o diretor de operações da OMS para a zika, Bruce Aylward, atualizou os resultados de pesquisas realizadas pelo mundo. "Hoje, temos registrado o vírus em 47 países", disse Aylward, que admitiu que o surto é um dos "mais desafiadores" que ele já enfrentou.
Mas são as relações entre o vírus e a microcefalia que mais chamam a atenção dos técnicos. "Estamos vendo uma acumulação da relação casual", disse. Ele confirma que o aumento dos casos no Brasil é "substancial" e que pode ser mais de dez vezes superior à taxa anual de microcefalia.
Ao mesmo tempo, ele apontou que não existem contra-provas de que outro fator esteja sendo o responsável pelos casos. "As evidências contrárias não estão sendo registradas. Não temos visto outros fatores."
"Fomos procurar se existem explicações alternativas para a microcefalia. Poderia ser genético, exposição à bebida, drogas e infecções. Em cada local investigado, nada tem sido encontrado para apontar para outras causas. Só nos deixa com essa associação entre o zika e a microcefalia. Mas a questão é saber até que ponto é forte essa associação", explicou. Aylward também destacou que não existem indícios de que microcefalia teria sido causado por produtos químicos. "Os pesquisadores estão vendo um número maior de doenças em mães que tiveram filhos com microcefalia ", indicou.