sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Maior planta carnívora das Américas é descoberta após postagem no Facebook

Graças a foto postada nas redes sociais, pesquisadores brasileiros identificam uma das maiores plantas carnívoras já descobertas


Resumo da matéria:

"Um dos pontos mais interessantes é que uma espécie desse tamanho passou despercebida por tanto tempo e só foi descoberta graças ao poder das redes sociais de aproximar pessoas de vários lugares. Imagine quantas outras espécies menores e menos chamativas estão por ser descobertas."Paulo Gonella, doutorando da USP
Belo Horizonte: A maior planta carnívora das Américas, e terceira maior do mundo, foi descoberta graças ao compartilhamento de uma foto no Facebook. Atingindo um comprimento de mais de 1,5m, a espécie, nativa de Governador Valadares (MG), foi identificada por um time internacional de botânicos do Brasil, dos Estados Unidos e da Alemanha. Publicada no perfil da rede social do orquidófilo Reginaldo Vasconcelos, a foto chamou imediatamente a atenção dos especialistas em plantas carnívoras Paulo Gonella e Fernando Rivadavia. "Nessa foto, estava uma planta do grupo que estudo, o gênero Drosera, de plantas carnívoras. A espécie era bem diferente de todas as que já tinha visto. Era bem maior, com folhas e flores diferentes", lembra Gonella, doutorando do Laboratório de Sistemática Vegetal da Universidade de São Paulo (USP). A nova espécie foi nomeada Drosera magnifica por sua exuberância.
Ao identificar a planta como uma nova espécie, os botânicos decidiram fazer uma expedição a Minas para estudá-la na natureza. Gonella, atualmente, realiza parte do doutorado na modalidade sanduíche em Munique, na Alemanha. Fez a expedição em parceria com Fernando Rivadavia, botânico também brasileiro, mas que vive nos Estados Unidos.
Com as coordenadas passadas por Reginaldo, o grupo conseguiu, depois de algum esforço, achar as plantas da espécie. "Vasculhamos o local e a encontramos apenas numa pequena área de 50m por 50m, onde ela cresce em abundância." Por ocorrer numa área tão restrita e ameaçada pelo avanço de espécies invasoras (plantas exóticas que competem com as nativas por espaço e nutrientes), os botânicos a classificaram como criticamente ameaçada.
Para preservá-la, os botânicos defendem a criação de um parque estadual para proteger a montanha onde ela ocorre, bem como outras montanhas próximas. Os pesquisadores entendem que a preservação da região é essencial para que outras espécies possam ser pesquisadas. "Observamos, nos nossos estudos e expedições de campo, que essa região foi muito pouco estudada por botânicos anteriormente e que ela abriga diversas outras espécies novas para a ciência", diz Gonella.



quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Duas mulheres ganham o Nobel de química por edição genética

Link para matéria completa: https://exame.com/ciencia/duas-mulheres-ganham-o-nobel-de-quimica-por-edicao-genetica/

Resumo: O prêmio Nobel de química, cuja cerimônia aconteceu na manhã desta quarta-feira, 07/10/2020, foi dado a duas cientistas que participaram na criação do método da edição genética. A francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer A. Doudna desenvolveram uma das tecnologias mais assertivas para a edição: o CRISPR/Cas9, que consiste de pequenas partículas de DNA.



Com isso, as cientistas conseguem mudar o DNA de animais, plantas e micro-organismos com uma precisão quase exata. "A tecnologia teve um impacto revolucionário na ciência da vida e está contribuindo para novas terapias contra o câncer e pode realizar o sonho de curar doenças genéticas", diz a publicação no site oficial do Nobel.

A descoberta do CRISPR não foi premeditada. Charpentier estava estudando a bactéria Streptococcus pyogenes, uma das mais prejudiciais à humanidade, e descobriu uma molécula que antes não era conhecida, a tracrRNA, que, segundo a descoberta da cientista, faz parte do sistema imune da bactéria e como desativar um vírus com base em seu próprio DNA.

Foi em 2012 que a cientista se juntou a bioquímica Doudna e juntas elas tiveram sucesso ao recriar as tesouras genéticas da bactéria em um teste laboratorial. Segundo a academia, a descoberta da molécula que pode ser usada para fazer incisões precisas no material genético pode mudar, para sempre, o código da vida.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Pesquisadores do Instituto Butantan descobrem que cobras-cegas podem ser peçonhentas

Link para matéria completa: https://gizmodo.uol.com.br/pesquisadores-do-instituto-butantan-descobrem-que-cobras-cegas-podem-ser-peconhentas/

Resumo: Cientistas detectaram glândulas dentárias semelhantes às de serpentes em cobras-cegas, o que significa que essas criaturas podem ser realmente peçonhentas — uma característica inédita entre os anfíbios.

As cecílias — também chamadas de cobras-cegas, apesar de não serem cobras e, sim, anfíbios — secretam uma substância através da pele que as torna mais viscosas. Elas também descarregam uma substância tóxica de suas extremidades traseiras para afastar predadores. E, como aponta uma nova pesquisa publicada na iScience, estes animais também são capazes de dar mordidas venenosas.

“Costumamos pensar em anfíbios — rãs, sapos e similares — como basicamente inofensivos”, disse Edmund Brodie Jr., biólogo da Universidade Estadual de Utah e co-autor do novo estudo, em um comunicado. “Sabemos que vários anfíbios armazenam secreções venenosas e desagradáveis ​​na pele para afastar predadores. Mas descobrir que pelo menos um deles pode causar ferimentos pela boca é extraordinário.”

Na verdade, os cientistas não provaram que a gosma proveniente das glândulas dentárias das cecílias é realmente venenosa, mas suas descobertas preliminares certamente sugerem a possibilidade. Se for verdade, isso representaria “um projeto evolutivo precoce dos órgãos de veneno oral”, informou Brodie, da Universidade de Utah, e possivelmente uma característica que “evoluiu nas cecílias mais cedo do que nas cobras”, disse ele.

Em 2018, por exemplo, a mesma equipe descobriu que a Siphonops annulatus, uma espécie terrestre de cobra-cega com anéis, pode liberar um lubrificante mucoso das glândulas da pele, permitindo que elas se contorçam rapidamente no subsolo ao evitar ameaças.

Elas também são venenosas (o que é diferente de peçonhentas, como são chamados os animais que possuem uma maneira ativa, e não passiva, de liberar toxinas), secretando toxinas das glândulas da cauda, ​​apresentando uma surpresa desagradável para qualquer predador que esteja atrás delas.

Durante sua última investigação sobre S. annulatus, os pesquisadores encontraram mais uma glândula de gosma em cecílias, embora desta vez nas mandíbulas superior e inferior, “com longos ductos que se abrem na base de cada dente em forma de colher”, explicou Brodie.

Pesquisas posteriores identificaram formalmente essas características como glândulas dentárias, distinguindo-as das glândulas de muco e veneno encontradas em sua pele. O que é fascinante é que essas glândulas dentárias compartilham uma origem evolutiva com as glândulas dentárias encontradas nos répteis, apontando para uma potencial convergência evolutiva.

Brodie e seus colegas acreditam que essas glândulas dentárias entram em ação quando as cecílias mastigam suas presas, incluindo vermes, cupins, sapos e lagartos. Isso ainda precisa ser comprovado, mas a equipe suspeita que seus dentes possam secretar a substância no momento da mordida.

Além disso, “o sulco que circunda a mandíbula superior interconectando os dentes parece desempenhar um papel importante na distribuição uniforme da secreção durante as mordidas”, escreveram os autores do estudo.

Quanto à substância em si, uma análise química mostrou que é uma mistura de muco, lipídios e uma proteína com propriedades comumente encontradas em animais peçonhentos, segundo a pesquisa.

“Embora tenhamos mostrado a presença de glândulas dentárias e seu possível papel durante a predação, ainda são necessárias mais evidências sobre a identidade precisa das proteínas presentes na secreção, bem como dados sobre o potencial tóxico desses compostos”, de acordo com o artigo.

Obviamente, mais trabalhos serão necessários, mas este é um resultado muito surpreendente. Rapidamente, as cecílias deixaram de ser animais somente nojentos para se tornarem animais interessantes e até mesmo fascinantes. Eles não são as criaturas mais agradáveis ​​de se olhar, mas uma coisa que você não pode dizer é que elas são monótonas.

domingo, 5 de julho de 2020

Ameba "comedora de cérebro": entenda o que é esse protozoário letal.

Link para texto completo: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/07/ameba-comedora-de-cerebro-entenda-o-que-e-esse-protozoario-letal.html

Resumo: Protozoário Naegleria fowleri vive em águas quentes e não tratadas, e infecta seres humanos ao entrar pelas cavidades nasais.

Na última sexta-feira (3/7/2020), o Departamento de Saúde da Flórida, nos Estados Unidos, confirmou  um caso de ameba "comedora de cérebro" na região. Esta não é a primeira vez que alguém infectado pela doença vira notícia — em setembro de 2019, uma menina de 10 anos que morreu após contrair a doença, também nos Estados Unidos.

Mas, afinal, o que é a tal ameba "comedora de cérebro"? Entenda a seguir o que é o microrganismo e os problemas que ele pode causar:

A ameba "comedora de cérebro" é um protozoário conhecido cientificamente como Naegleria fowleri. Ele é um microrganismo de vida livre, ou seja, pode viver "solto por aí" e não depende necessariamente de um hospedeiro humano.

O protozoário é comumente encontrado no solo e em locais de água doce quente, como lagos, rios e fontes termais. A infecção pelo microrganismo geralmente se dá quando a água contaminada entra pelo nariz da pessoa. Uma vez dentro do organismo, a N. fowleri atinge o cérebro, causando uma doença conhecida como Meningoencefalite Amebiana Primária, que pode ser fatal.

Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a enfermidade se manifesta, inicialmente, a partir da perda de olfato e paladar, que ocorre cerca de cinco dias após a infecção. Em seguida, como o protozoário continua a migrar pelo tecido nervoso, uma resposta imunológica é desencadeada, resultando em uma inflamação do cérebro que gera rigidez do pescoço e dor de cabeça. À medida que a infecção progride, sintomas secundários surgem, como alucinações e convulsões. Eventualmente, o aumento da pressão craniana gerada pela inflamação pode levar à morte.

A boa notícia é que o problema é raro: entre 2006 e 2016, apenas 40 casos foram reportados nos Estados Unidos, segundo o CDC. No Brasil não há registros recentes de contaminação por Naegleria fowleri.

De acordo com o CDC, a taxa de fatalidade da doença chega a 97%. Há pouco ou nada que se possa fazer para ajudar os pacientes diagnosticados a Meningoencefalite Amebiana Primária. No entanto, um tratamento à base de miltefosina, medicamento experimental para leishmaniose, tem sido testado e se mostrou promissor.

A recomendação dos especialistas para evitar a contaminação é evitar o contato com águas que possam estar contaminadas, como piscinas inadequadamente cloradas ou mesmo água de torneira que não tenha sido tratada. Ao nadar em lagos e rios, é indicado utilizar proteção nasal.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Descoberta alga que pode ter dado origem às plantas terrestres

Link para texto completo: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/151705-descoberta-alga-ter-dado-origem-plantas-terrestres.htm


Resumo: Cientistas do Instituto Politécnico da Universidade Estadual da Virgínia, nos EUA, descobriram fósseis do que pode ser o ancestral comum das plantas terrestres que existem no mundo. Trata-se de algas-verdes de absurdos 1 bilhão de anos que foram encontradas em rochas coletadas próximo da cidade de Dalian, situada na província de Liaoning, no norte da China, em uma área que, no passado, era coberta pelo oceano.
As algas – que medem apenas 2 milímetros de comprimento e têm o tamanho aproximado de uma pulga – foram identificadas como sendo uma forma da espécie Proterocladus antiquus e, ao serem os exemplares de alga-verde mais antigo já descoberto, os cientistas acreditam que estas possam ser as plantas a partir da qual se originaram as árvores e demais plantas terrestres que hoje se espalham pelo planeta, isso há 450 milhões de anos. O fóssil mais antigo descoberto até então havia sido encontrado em amostras rochosas de 800 mil anos, mais ou menos.
Segundo explicaram os cientistas, as algas viviam em águas pouco profundas e, nas análises sob o microscópio, eles conseguiram identificar diversas ramificações, indicações de que as plantas brotavam em direção à luz e que possuíam células especializadas conhecidas como acinetos. Essas estruturas, por sinal, são comuns de encontrar nesses tipos de fósseis e, portanto, ajudaram os pesquisadores a identificar as algas e determinar que, já naquela época, há 1 bilhão de anos, essas plantas consistiam em organismos multicelulares complexos inclusive parecidos com algumas espécies que existem hoje em dia.
No caso específico das algas incrustadas nas amostras, os cientistas acreditam que elas morreram, foram depositadas sobre o leito oceânico e acabaram ficando presas sob camadas e mais camadas de sedimentos que, com o passar do tempo e o recuo das águas, se solidificaram e se converteram em rochas, preservando as plantas.
De acordo com o consenso geral, as plantas terrestres – como arbustos, gramíneas, árvores, flores e até as que cultivamos para obtenção de alimentos – evoluíram a partir de algas-verdes, que são organismos aquáticos fotossintéticos que migraram gradualmente dos oceanos para a superfície do planeta e foram se adaptando para sobreviver e se desenvolver nesse novo ambiente.
Considerando que os registros fósseis apontam que as primeiras plantas terrestres surgiram há 450 milhões de anos, o processo de evolução das algas levou algumas centenas de milhões de anos e, com a descoberta dos fósseis, tudo indica que a data de início se deu pelo menos 200 milhões de anos antes do que se pensava.
Mas, como é comum com descobertas desse tipo, não é todo mundo que concorda com o estudo apresentado pelos cientistas da Universidade Estadual da Virgínia. Há, por exemplo, quem defenda que as algas-verdes primeiro se desenvolveram em rios e lagos antes de se proliferarem pelos oceanos e, mais tarde, se mudarem para terra-firme. Nesse sentido, um levantamento genético apontou que as plantas aquáticas mais próximas das terrestres são as Zygnematophyceae – que habitam ambientes de água doce –, e não se pode descartar que essa classe de algas e as plantas terrestres tenham evoluído a partir de outro ancestral comum.
Outras pesquisas sugerem ainda que diversas espécies de algas foram evoluindo adaptações independentemente, enquanto faziam a transição de plantas aquáticas a terrestres, indicando que o processo não foi linear, mas sim convergente. Além disso, pesquisadores não envolvidos no estudo apontaram que é bastante difícil interpretar registros fósseis como esses, já que não se sabe quais espécies ainda existem e quais realmente foram extintas. Mesmo assim, a descoberta dos fósseis de 1 bilhão de anos é superimportante e os trabalhos com eles deve continuar.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Sobre o Coronavírus e o COVID-19

Excelente link para texto completo que se atualiza a cada dia: www.em.com.br/app/noticia/nacional/2020/02/27/interna_nacional,1124795/tudo-sobre-o-coronavirus-covid-19-da-origem-a-chegada-ao-brasil.shtml

Alguns trechos:

O primeiro alerta do governo chinês sobre o surgimento de um novo coronavírus foi dado em 31 de dezembro de 2019. Na ocasião, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu um comunicado sobre uma série de casos de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan, cidade chinesa com 11 milhões de habitantes. Desde então, esse novo coronavírus, que recebeu o nome técnico Covid-19, matou milhares de pessoas na China e se espalhou por cinco continentes. O Ministério da Saúde confirmou em 26 de fevereiro o primeiro caso de coronavírus no Brasil. Centenas de pacientes com suspeita da doença estão em observação no país. Em 17/3, o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte por coronavírus no Brasil.
Anunciadas em 9 de janeiro pela OMS e pelas autoridades chinesas, as primeiras análises sequenciais do vírus realizadas por equipes chinesas indicavam que esses casos de pneumonia se devia a um novo coronavírus. A primeira morte pelo coronavírus Covid-19 foi anunciada pelas autoridades chinesas em 11 de janeiro de 2020. Em 13 de janeiro, a OMS notificou o primeiro caso de uma pessoa infectada fora da China, na Tailândia: uma mulher com pneumonia leve que voltava de uma viagem a Wuhan.
A cronologia do coronavírus Covid-19 revela uma rápida disseminação mundial, que pressionou a OMS a decretar decretou emergência de saúde pública de interesse internacional no fim de janeiro. A medida é tomada quando um evento com implicações para a saúde pública ocorre de maneira inesperada e supera as fronteiras do país inicialmente afetado, demandando uma ação internacional imediata. 

O que é o coronavírus?
  • Coronavírus são uma grande família de vírus que infectam principalmente animais
  • Mas podem causar também infecções em seres humanos, com sintomas semelhantes aos resfriados ou gripes leves
  • Pode levar a complicações respiratórias em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido
  • As infecções geralmente não são diagnosticadas por serem benignas, e se espera a cura instantânea
  • São transmitidos entre humanos por via aérea, contato com secreções ou objetos contaminados, principalmente no inverno
  • Dois coronavírus causaram epidemias graves e possivelmente mortais em humanos
  • A SARS, Síndrome Respiratória Aguda Grave foi responsável por uma epidemia mundial entre novembro de 2002 e julho de 2003
  • E a MERS, Síndrome Respiratória do Oriente Médio, identificada pela primeira vez em 2012
  • Em 2019 um novo coronavírus (Sars-CoV-2) foi identificado na China
  • Os principais sintomas são febre, tosse e dificuldade para respirar, além de dores no estômago
  • As duas síndromes tiveram origem em morcegos, na época um animal intermediário
  • No caso da SARS, a origem foi o gato de algália, consumido por humanos na China. No caso da MERS, um dromedário
  • Ainda não existem medicamentos para combater esse vírus.

Quais os sintomas de coronavírus
  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia
  • Casos graves
  • Pneumonia
  • Síndrome respiratório agudo severo
  • Insuficiência renal

Período de incubação do Covid-19

O intervalo de tempo entre a infecção por um vírus e a manifestação de sintomas varia conforme o organismo. No caso do Covid-2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o período de incubação é de 14 dias, mas há casos, segundo pesquisadores chineses, que vão de 24 a 27 dias. Os pesquisadores consideram que o período médio de incubação é de cinco dias. Pode ser necessária uma quarentena superior ao intervalo de 14 dias. Pesquisadores brasileiros sequenciaram o genoma do coronavírus e descobriram como fazer um diagnóstico mais rápido da doença.
Em comparação com outras doenças, o ebola (característico do Oeste da África) tem período de incubação de dois a 21 dias. A Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers-Cov), uma das mais letais surgidas nos últimos anos, tem incubação de 2 a 14 dias. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-Cov) vai de três a 10 dias. O sarampo varia de 10 a 14 dias.

Taxa de mortalidade do novo coronavírus

A taxa de mortalidade do novo coronavírus em relação a outros vírus conhecidos por crises sanitárias em várias regiões do mundo é considerada baixa por especialistas. O Covid-19 tem taxa atual de 2,1% (valor que pode se alterar conforme a evolução do vírus). A letalidade da Sars, da Mers e do ebola são gradualmente muito superiores.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Monoetilenoglicol e Dietilenoglicol encontrados na Cerveja Belorizontina

Mais uma substância tóxica foi encontrada na cerveja Belorizontina, da Backer, que é investigada pela contaminação na bebida e possível relação com a doença neufroneural que fez vítimas em Minas Gerais. 
Segundo divulgado pela Polícia Civil, foi encontrado o monoetilenoglicol ou etilenoglicol, como é conhecido, em amostras de cerveja recolhida na casa dos pacientes que estão internados. Foi encontrado mais dietilenoglicol do que monodietilenogicol. 
"A empresa trabalha com monoetilenoglicol, inclusive tem notas fiscais neste sentido. Foi encontrada a substância em  tanque de refrigeração e em um galão", afirma o delegado Wagner Pinto. 
Dietilenoglicol, uma outra substância também muito tóxica aos seres humanos, já tinha sido encontrada na Belorizontina e foi encontrada também no sangue de quatro pacientes internados. 
As duas substâncias são bem semelhantes. "O etilenoglicol (ou monoetilenoglicol) apresenta só dois grupos hidroxila e dois carbonos (HOCH2CH2OH), enquanto que o dietilenoglicol apresenta um grupo oxigenado éter a mais no centro da molécula e dois grupos hidroxila nas extremidades (HOCH2CH2OCH2CH2OH)", explica o professor Claudio Luis Donicci, do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Entenda:

O que é o monoetilenoglicol ou etilenoglicol?
Substância usada principalmente como anticongelante. É incolor e tem gosto adocicado. Bem semelhante ao dietilenoglicol, porém com sutir diferenças. 

É usado no processo de produção da cerveja?
Não é natural que o monoetilenoglicol seja utilizado no processo de produção da cerveja. Ele não deve  ser colocado em produtos para consumo. A substância também é tóxica para o organismo com dose letal oral de 786 miligramas por quilo. Já para o dietilenoglicol a dose letal é de 0,014 mg a 0,170 miligrama por quilo, ou seja, esse segundo é muito mais letal que o monoetilenoglicol. 

Quais efeitos ele pode causar no corpo se for ingerido?
Ataca o sistema nervoso central e o sistema renal. A presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia e professora da UFMG, Lílian Pires de Freitas explica que as diferenças da intoxicação de uma para a outra são bem sutis.
"Por dietilenoglicol o paciente tem sintomas neurológicos mais acentuados, já por etilenoglicol é possível perceber, por meio de biópsia, alterações renais, alguns cristais, que são específicas da contaminação por essa substância, mas basicamente os sintomas são bem parecidos", informou a professora. 
Quais as semelhanças entre o Dietilenoglicol e o Etilenoglicol?
Os dois têm um sabor adocicado e causam os mesmos sintomas no corpo, atacando o sistema nervoso e o sistema renal. 

domingo, 19 de janeiro de 2020

Vírus de origem chinesa pode ter infectado mais de mil de pessoas

O número de pessoas infectadas por um vírus que já matou duas pessoas na China ultrapassa, provavelmente, mil casos e é muito superior àquele informado pelas autoridades locais, segundo investigadores britânicos.
As autoridades chinesas disseram que o surto de pneumonia viral afetou pelo menos 41 pessoas e que o foco da epidemia está em Wuhan, uma cidade de 11 milhões de pessoas no centro da China.
Contudo, em artigo publicado por cientistas de um centro de pesquisa do Colégio Imperial de Ciência, Tecnologia e Medicina de Londres aponta que o número de pessoas infectadas na cidade chinesa e, provavelmente, muito superior.
Investigadores do Centro de Análise Global de Doenças Infeciosas, que aconselha instituições como a Organização Mundial de Saúde (OMS), estimam que "um total de 1.723 casos" em Wuhan apresentavam sintomas da doença desde 12 de janeiro.
Os cientistas usaram o número de casos detectados até agora fora da China - dois na Tailândia e um no Japão - para estimar o número de pessoas que provavelmente estão infetadas em Wuhan, com base em dados de voos internacionais que partem do aeroporto daquela cidade.
"Para Wuhan exportar três casos para outros países, deve haver muito mais casos do que o anunciado", disse o professor Neil Ferguson, um dos autores, à emissora pública britânica BBC.
"Estou muito mais preocupado do que estava há uma semana", acrescentou.
Em Hong Kong e em Macau, as autoridades intensificaram as medidas de detecção, que inclui um rigoroso controle de temperatura para viajantes e turistas. No antigo território administrado por Portugal, estas ações também ocorrem na entrada dos casinos, já que Macau recebe em média mais de três milhões de visitantes por mês.
Os Estados Unidos já anunciaram que vão começar a filtrar voos diretos de Wuhan para os aeroportos de São Francisco e Nova York, assim como em Los Angeles, onde há muitas conexões internacionais.
As autoridades internacionais de saúde já admitem que possa ter havido um caso de contágio entre pessoas no surto de pneumonia viral na China, mas afirmam que "não há uma indicação clara e sustentada de transmissão" entre humanos.
O Centro Europeu de Controle de Doenças afirmou também que é "impossível quantificar o potencial de transmissão entre humanos" deste novo vírus detectado na China.
São poucos os casos sem conexão direta com um mercado de marisco em Wuhan, mas as autoridades ainda desconhecem a fonte de infecção ou o modo de transmissão.
Esta semana, em Portugal, a Direção-Geral da Saúde garantiu que o surto de pneumonia viral na China já estaria contido, indicando que uma eventual propagação "não é uma hipótese neste momento a ser equacionada".
"Não temos que estar alarmados, é preciso é estarmos atentos", afirmou na quarta-feira a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, aos jornalistas, sublinhando que o coronavírus detetado na China não será transmissível de pessoa a pessoa.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Entenda como funcionam os hormônios da felicidade no nosso cérebro

Resumo da Matéria: A dopamina, serotonina e adrenalina são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios. Quando liberados no cérebro, dão sensação de bem-estar e felicidade. Saiba o que a ciência já descobriu sobre o assunto.
A dopamina, serotonina e adrenalina são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios. Quando liberados no cérebro, dão sensação de bem-estar e felicidade.
Um artigo publicado em 2014 discutiu que há aspectos endógenos e externos (socioculturais, econômicos, geográficos, eventos da vida), que influenciam a felicidade. Entre os endógenos, há cinco fatores: genética, neurotransmissores cerebrais, hormônios e glândulas endócrinas, saúde física e biótipo.
Tem pessoas que possuem genes mais favoráveis à liberação de serotonina, ou seja, produzem mais serotonina. Mesmo que você seja uma pessoa que geneticamente produz menos serotonina, tudo bem. Isso só quer dizer que você vai precisar se esforçar mais para sentir-se feliz. Ter um gene favorável à produção de serotonina não determina que você será mais feliz, mas é uma constatação de que a genética influencia, sim, no seu estado de humor. Estudos com gêmeos sugerem que fatores genéticos influem 35-50% na felicidade.

Entenda como os hormônios da felicidade agem no nosso cérebro — Foto: Reprodução/ TV Globo

COMO LIBERAR OS NEUROTRANSMISSORES DO PRAZER?

1) Tenha pensamentos positivos: o pensamento positivo aumenta a liberação de endorfina, o que equilibra o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático e dá sensação de felicidade. Pensamento positivo não é só achar que tudo vai dar certo, mas pensar em algo que lhe traz felicidade, como um momento bom que teve no passado.
2) Faça atividade física: quando fazemos atividade física, o corpo libera dopamina, que dá motivação para correr mais; e serotonina que dá bem-estar mais prolongado. Vale lembrar que não funciona só se mexer de vez em quando! Se você tem dificuldade de fazer atividade sozinho, convide alguém para ir com você. Além de liberar dopamina, você ainda libera endorfina.
3) Socialize: ter relações de amizade e fazer atividades em grupo aumentam a liberação de endorfina.
4) Faça o bem: um estudo mostrou que comprar presentes para uma pessoa que precisa mantém a sensação de felicidade e bem-estar por mais tempo do que comprar presente para si próprio.
5) Coma chocolate: o chocolate tem teobromina, substância que aumenta a produção de dopamina. Só tome cuidado com exageros. Saiba que após comer, você vai sentir-se feliz, mas logo depois ficará com vontade de comer mais para manter a sensação de prazer, se tiver tendência a comportamentos de compulsão
6) Abrace: o abraço aumenta a ocitocina, que facilita relacionamentos e melhora comportamentos sociais. Aumenta conexões.
7) Ouça música: olhe fotos antigas e converse sobre momentos felizes do passado com amigos. Isso aumenta a serotonina.
8) Medite: os neurocientistas descobriram que monges que passam anos meditando apresentam um maior crescimento do córtex pré-frontal esquerdo, a principal parte do cérebro responsável pelo sentimento de felicidade. Mas não se preocupe. Você não precisa passar anos vivendo isolado e em silêncio como celibatário. Bastam cinco minutos por dia observando sua respiração. Enquanto faz isso tente ser paciente.

Outra matéria: Funções dos hormônios da felicidade

Todos os neurotransmissores atuam como mensageiros químicos, transportando, estimulando e equilibrando os sinais entre neurônios, células nervosas e outras células do corpo. Após a liberação, o neurotransmissor atravessa a lacuna entre as células e se liga a outro neurônio, estimulando ou inibindo o neurônio receptor, de acordo com a sua característica.
Além das sensações, eles podem afetar uma ampla variedade de funções físicas, incluindo frequência cardíaca, sono e apetite. Confira abaixo as principais funções de serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina.

Serotonina
A serotonina é um neurotransmissor encontrado principalmente no sistema nervoso central (SNC), trato gastrointestinal e plaquetas. Pode soar estranho, mas a maior parte da serotonina utilizada pelo nosso corpo é produzida no intestino (saiba mais sobre a ligação entre intestino e funções cerebrais). A serotonina ajuda a equilibrar o humor e dá um impulso benéfico para a vida sexual, apetite, sono, memória, aprendizagem e temperatura. Além disso, media funções fisiológicas importantes, como os movimentos peristálticos, a manutenção da circulação sanguínea e a integridade cardiovascular.

Dopamina
A dopamina é mais conhecida por sua participação no ciclo de recompensa, estimulando nosso cérebro a completar tarefas. E é exatamente por causar sensação de prazer que sua liberação é estimulada por algumas drogas viciantes. Além disso, a dopamina atua no controle de movimentos, aprendizado, cognição e memória.

Endorfina
A endorfina atua como um poderoso analgésico, sendo liberada pelo organismo em situações de dor e estresse. Ao atuar nas células nervosas específicas, nos faz sentir menos desconforto. Além disso, ela ajuda a controlar a resposta do corpo ao estresse. Pesquisas apontam ainda potencial para inibir o crescimento de células cancerígenas e equilibrar a produção de outros hormônios.

Ocitocina
A ocitocina tem ligação com reduções de ansiedade e sentimentos de calma e segurança, o que a fez ser classificada como o “hormônio do amor”. Muitas pesquisas também indicam a ligação entre a ocitocina e a saúde sexual, potencializando o desejo sexual feminino e o orgasmo masculino. Ela também está presente na hora do parto, estimulando as contrações do útero e a liberação do primeiro leite. Outros estudos apontam poder de diminuir a memória de experiências ruins e melhorar o processamento de informações sociais.

Links para as matérias completas: