sábado, 11 de dezembro de 2021

Novo Ensino Médio exigirá mudanças nas provas do Enem a partir de 2024

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Resumo:

Ainda em análise, proposta prevê aplicação de um teste de conhecimentos gerais
e outro dividido em quatro áreas profissionais.

Em meio a pedidos de demissão no Inep, foram apresentadas na segunda-feira (08.12.2021), no Conselho Nacional de Educação (CNE) as recomendações para o novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deve ser aplicado a partir de 2024. O Estadão teve acesso ao documento que indica que a prova deve ter duas etapas, uma de conhecimentos gerais e outra dividida em quatro áreas profissionais.
A mudança no Enem é uma exigência da lei porque a partir de 2022 as escolas precisam oferecer o novo Ensino Médio, que dará flexibilidade aos alunos para escolher parte do currículo, de acordo com suas preferências e aspirações de trabalho. A nova prova terá, portanto, de avaliar também essa nova formação.
A proposta do parecer da ex-presidente do CNE Maria Helena Guimarães de Castro é que a segunda etapa do Enem seja dividida em Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Stem), classificando alunos para cursos das Engenharias, Química, Computação, entre outros; Ciências Sociais Aplicadas, para cursos de Economia, Administração, Direito; Humanidades, Linguagens e Artes, para cursos de Filosofia, História, Pedagogia, entre outros; e Ciências Biológicas e Saúde, para cursos de Medicina, Enfermagem, Meio Ambiente, entre outros.
O documento entra em consulta pública nesta quarta-feira (10.12.2021) e será votado no conselho em dezembro. Não foi proposta uma prova específica para quem optar por fazer ensino Técnico com o Médio.
Se aprovado, o Inep deve começar a elaborar o exame a partir dessas diretrizes. Com a debandada de mais de 30 servidores que pediram exoneração dos cargos, a preocupação de Maria Helena é "como e quando" isso seria feito.
— O MEC precisa se preparar, contratar consultores, fazer investimento em dinheiro e técnico para ter um novo banco de itens (perguntas da prova) — disse.
O parecer diz ainda que a prova pode ter questões dissertativas e não apenas de múltipla escolha.
Maria Helena ouviu secretarias, entidades, universidades e analisou um estudo de experiências internacionais feito pela consultoria Vozes da Educação com apoio do Itaú Educação e Trabalho. Muitos dos países analisados têm uma prova geral e outra com escolha dos estudantes. A maioria tem questões discursivas e algumas orais, como na França e no Reino Unido. China e Alemanha descentralizam a organização do exame, apesar de ele ser nacional.

Comentário: Aguardemos as definições. Pode ser que nada disso seja aceito e que venha uma outra proposta radicalmente diferente. Particularmente sou a favor de provas específicas, mas pela estrutura do processo creio que questões de Múltipla Escolha seriam melhores do que questões discursivas. Correção por Inteligência Artificial, como "sonham" seria muito complexo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Irã avança no enriquecimento de urânio em meio a negociações sobre acordo nuclear

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Resumo: O Irã começou a enriquecer urânio com centrífugas avançadas mais eficientes na planta de Fordow, afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta quarta-feira (01/12/2021), prejudicando o acordo nuclear de 2015, cujas negociações com o Ocidente foram retomadas nesta semana.

O anúncio do organismo da ONU responsável por supervisionar as instalações iranianas parece minar as tratativas que têm o objetivo de trazer Washington e Teerã de volta ao pacto —os diálogos foram suspensos durante cinco meses após a eleição do presidente linha-dura Ebrahim Raisi no Irã.

As conversas, que chegaram ao terceiro dia nesta quarta, ocorrem em meio a ceticismo generalizado. A expectativa inicial era salvar o pacto abandonado pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump em 2018. Desde então, o Irã passou a violar o tratado —o país afirma querer enriquecer urânio apenas para uso civil.

Diplomatas de Irã, Reino Unido, China, Alemanha, Rússia e França estão presentes, mas os diálogos no fundo são negociações indiretas entre Teerã e Washington, já que o país se recusa a se sentar à mesa com um emissário dos Estados Unidos.

O time de negociações do Irã estabeleceu demandas que americanos e europeus consideram irreais, segundo representantes ocidentais. O país exige a suspensão de todas as sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia desde 2017, incluindo as que não têm relação com o programa nuclear iraniano.

A suspensão dessas medidas era algo previsto no acordo de 2015 em troca de limites rígidos ao programa nuclear do país persa. Com a nova produção, os negociadores ocidentais temem que o país persa esteja criando motivos para ganhar vantagem nas conversas. A AIEA divulgou que o Irã começou a enriquecer urânio a 20% com 166 máquinas IR-6 avançadas em Fordow, local incrustado em uma montanha.

O acordo de 2015 não permite que o Irã enriqueça urânio nesta planta, um sinal de quão degradado está o trato. Até o momento, o país havia produzido o material no local com máquinas IR-1 e com algumas IR-6, mas sem armazená-lo. Há ainda 94 máquinas IR-6 instaladas em Fordow que não estão em operação.

Um relatório mais amplo da AIEA distribuído entre Estados-membros da agência e ao qual a agência de notícias Reuters teve acesso apontou que, como resultado dessa movimentação no Irã, a entidade planeja aumentar as inspeções na planta de Fordow, mas os detalhes para isso ainda precisam ser definidos.

Teerã minimizou o relatório como algo de rotina, ainda que a AIEA, que não dá razões claras para a existência de tais documentos, normalmente os publique quando há desdobramentos importantes como novas quebras do acordo. “O recente relatório sobre as atividades nucleares é uma atualização habitual em linha com sua verificação regular no Irã”, escreveu a missão permanente de Teerã na ONU.

Em outro ponto de tensão, o porta-voz do chanceler iraniano acusou nesta quarta Israel de espalhar mentiras para atrapalhar as negociações. Não ficou claro ao que ele se referia, mas um repórter do site americano Axios baseado em Tel Aviv publicou na segunda (29/11/2021) que Israel compartilhou informações de inteligência nas últimas duas semanas com aliados americanos e europeus sugerindo que Teerã se preparava para enriquecer urânio com 90% de pureza, grau necessário para desenvolver armas nucleares.

Nos últimos meses, o Irã enriqueceu urânio a níveis sem precedentes e restringiu atividades de inspetores da AIEA, mas os limites do acordo já vinham sendo ultrapassados desde que os EUA deixaram o pacto.

O diretor da agência da ONU, Rafael Grossi, visitou Teerã na semana passada com a esperança de abordar vários pontos de divergência entre o órgão e o Irã. Após a viagem, ele afirmou que não conseguiu avanços nos temas apresentados. Para não agravar a situação, diplomatas ocidentais decidiram não pressionar por uma resolução crítica ao Irã na semana passada durante reunião do conselho de ministros da AIEA.