sexta-feira, 29 de abril de 2022

Jararaca-ilhoa e mais 1,8 mil espécies: estudo de 10 anos mostra que 21% dos répteis estão sob risco de extinção

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Resumo: Cerca de duas em cada dez espécies de répteis do mundo estão ameaçadas de extinção, aponta um estudo inédito feito com mais de 10 mil espécies e publicado na revista científica "Nature" nesta quarta-feira (27/04/2022).

A pesquisa é uma das primeiras do tipo a avaliar de forma abrangente o risco de extinção para essa classe de animais. Ela foi liderada por pesquisadores da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e pela ONG Conservação Internacional.

Nos últimos anos, outros grandes estudos do tipo já tinham sido feitos para aves, anfíbios e mamíferos, mas não para répteis especificamente. "Grande parte do trabalho de conservação de animais era feito com esses (outros) grupos. A gente não tinha uma avaliação global dos répteis. Agora esse trabalho andou e finalmente temos a primeira [pesquisa] mundial", comemora Márcio Roberto Costa Martins, professor do Departamento de Ecologia da USP, que participou da publicação.

A pesquisa durou mais de 10 anos e envolveu 900 cientistas de 24 países (representando os seis continentes). Eles analisaram as necessidades de conservação de répteis como lagartos, cobras, tartarugas e crocodilos. Das 10.196 espécies avaliadas, cerca de 1.829 (21%) estão ameaçadas de extinção (categorizadas como vulneráveis, em perigo ou criticamente em perigo, conforme a lista vermelha da IUCN).

A análise também indicou que as duas espécies mais ameaçadas de répteis são os crocodilos e as tartarugas: cerca de 57,9% e 50,0% dos representantes dessas duas espécies avaliadas estão sob ameaça, respectivamente.

No Brasil, o trabalho foi coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e contou com a participação de dezenas de pesquisadores. E a ciência brasileira ofereceu uma grande contribuição para a pesquisa. Márcio Martins explica que das 10 mil espécies de répteis avaliadas, cerca de 800 ocorrem no país e, por isso, foram estudadas. Além disso, as principais espécies de répteis ameaçadas por aqui, segundo o pesquisador, são a jararaca-ilhoa, a jiboia amarela (Corallus cropanii) e as tartarugas marinhas.

"A jaraca-ilhoa é um caso emblemático porque teve um declínio populacional grande. Metade da população da espécie foi perdida muito provavelmente por exploração ilegal e tráfico de animais", conta Martins. "Já a cobra amarela, que passou por mais de 50 anos sem ser observada no país, começou a reaparecer, em alguns indivíduos, nos últimos anos. O que faz a gente acreditar que esse é um animal muito difícil de ser detectado na natureza". Já as tartarugas marinhas têm as cinco espécies que ocorrem no Brasil ameaçadas de extinção.

De acordo com os pesquisadores, embora os répteis sejam conhecidos por habitarem lugares inóspitos como desertos e vegetações áridas, a maioria das espécies ocorre em habitat florestais e, por isso, sofrem com as crescentes ameaças de exploração madeireira e de desflorestamento causado pela indústria agrícola.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Pesquisadores descobrem maior fóssil de dinossauro da família dos 'megaraptors'

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Resumo: Paleontólogos argentinos revelaram nesta quarta-feira (27/04/2022) a descoberta dos restos fossilizados do maior dinossauro pertencente à família dos "megaraptors".

O dinossauro, uma nova espécie chamada Maip macrothorax, tinha entre 9 e 10 metros de comprimento, diferentemente da maioria dos outros "megaraptors", que não chegavam a mais de 9 metros.

De acordo com a equipe de pesquisadores, as características desse novo dinossauro são inéditas, pois além da altura singular, ele pesava aproximadamente cinco toneladas e sua coluna era composta de enormes vértebras, interligadas por um complexo sistema de músculos, tendões e ligamentos, que a equipe conseguiu reconstruir a partir de uma série de sulcos e rugosidades em suas regiões articulares.

"Este animal é muito grande em tamanho e conseguimos recuperar muitos pedaços", contou à Reuters um dos responsáveis ​​pela descoberta, o pesquisador Mauro Aranciaga Rolando.

Os fósseis foram descobertos em março de 2019, na província de Santa Cruz, na Patagônia, dias antes da aplicação das restrições sanitárias da pandemia de Covid-19 na Argentina, disse o Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica do país, ao qual pertencem os especialistas que encontraram o dinossauro.

Além do grupo, dois cientistas japoneses também participaram do estudo. Devido à pandemia, os paleontólogos inicialmente tiveram que distribuir os fósseis entre eles e analisá-los em casa.

Acredita-se que o dinossauro carnívoro tenha habitado o que hoje é o extremo sul da Argentina há 70 milhões de anos, durante o período Cretáceo.

Megaraptors eram animais com um esqueleto ágil, uma cauda longa que lhes permitia manobrar e se equilibrar, um pescoço comprido e um crânio alongado com mais de 60 dentes pequenos, acrescentou Aranciaga Rolando.

À agência argentina CTyS o pesquisador contou ainda que o nome da nova espécie vem da mitologia Tehuelche, de uma criatura que vivia nas montanhas e matava usando o frio.