sexta-feira, 14 de julho de 2017

DNA é usado para armazenar filme

Link para texto completo: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2017/07/1900933-dna-e-usado-para-armazenar-filme.shtml

Trecho: Foi um dos primeiros filmes já feitos. Um cavaleiro galopando filmado em 1878 pelo fotógrafo britânico Eadweard Muybridge, que tentava descobrir se os cavalos, ao galopar, em algum momento não tocavam o chão, ficavam sem nenhum dos cascos em contato com o solo.
Mais de um século depois, esse pequeno filme novamente faz parte da vanguarda.
Ele é o primeiro filme da história a ser armazenado no DNA de uma célula viva, do qual poderá ser recuperado quando se quiser, além de se multiplicar indefinidamente conforme o hospedeiro se divide e cresce.
A novidade, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Harvard, nos EUA, e publicada nesta quarta-feira (12/06/17) na revista "Nature", é o exemplo mais recente – e possivelmente um dos mais espantosos – do vasto potencial genômico para armazenagem de dados.
Até o momento, cientistas já guardaram em DNA todos os sonetos de Shakespeare. George Church, geneticista de Harvard e um dos autores do novo estudo, recentemente armazenou seu próprio livro "Regenesis" no DNA de uma bactéria e fez 90 bilhões de cópias dele.
"Um recorde de publicação", afirmou o geneticista em uma entrevista.
Com a nova pesquisa, os cientistas começam a imaginar a possibilidade de um futuro ainda mais estranho: programar uma bactéria para gravar o que células humanas estão fazendo –quase fazer um "filme" da vida celular.
Church e Seth Shipman, um geneticista, e seus colegas começaram o trabalho armazenando as diferentes tonalidades de cinza dos pixels (e códigos de barras que indicavam suas posições na imagem) em 33 letras de DNA. Cada frame do filme continha 104 desses fragmentos de DNA.
Ao fim, os geneticistas tinham uma sequência inteira de DNA que representava o filme completo.
O passo final foi usar Crispr, uma poderosa técnica de edição gênica, para inserir a sequência de DNA em uma bactéria comum, a E.coli.
Mesmo com a modificação, a bactéria se multiplicou normalmente. Segundo os pesquisadores, o filme permaneceu intacto nas gerações seguintes da bactéria.
Há meio século, décadas antes de qualquer um conseguir sequenciar o genoma, o renomado físico Richard Feynman propôs que o DNA poderia ser usado para armazenar dados.
"Biologia não é simplesmente escrever a informação; é fazer alguma coisa em relação a ela", disse Feynman em um palestra em 1959. "Imagine a possibilidade de criar algo minúsculo que faça o que quisermos."

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Superbactérias avançam no Brasil e levam autoridades de saúde a correr contra o tempo

É... o sensacionalismo está tomando conta das manchetes até na ciência!!!


Link para texto completo: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/superbacterias-avancam-no-brasil-e-levam-autoridades-de-saude-a-correr-contra-o-tempo.ghtml


Trecho e comentários (em vermelho): Bactérias que não respondem a antibióticos vêm aumentando a taxas alarmantes no Brasil e já são responsáveis por ao menos 23 mil mortes anuais no país, afirmam especialistas. 
Capazes de criar escudos contra os medicamentos mais potentes, esses organismos infectam pacientes geralmente debilitados em camas de hospitais e se espalham rapidamente pela falta de antibióticos capazes de contê-los. Por isso, as chamadas superbactérias são consideradas a próxima grande ameaça global em saúde pública pela OMS (Organização Mundial da Saúde). 
"Estamos numa situação de alerta", diz Ana Paula Assef, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que faz a estimativa sobre mortes anuais no país com base nos dados oficiais dos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há um compilado nacional sobre o número de vítimas por bactérias resistentes. 
"Sabemos que, assim como vários países em desenvolvimento, o Brasil tem alguns dos maiores índices de resistência em determinados organismos. Há bactérias aqui que não respondem mais a nenhum antibiótico", aponta Assef. 

Perigosas - Um exemplo é a Acinetobacter spp. A bactéria pode causar infecções de urina, da corrente sanguínea e pneumonia e foi incluída na lista da OMS como uma das 12 bactérias de maior risco à saúde humana pelo seu alto poder de resistência. 
De acordo com a Anvisa, 77,4% das infecções da corrente sanguínea registradas em hospitais por essa bactéria em 2015 foram causadas por uma versão resistente a antibióticos poderosos, como os carbapenems. 
Essa família de antibióticos é uma das últimas opções que restam aos médicos no caso de infecções graves. 
"Quando as bactérias se tornam resistentes a eles, praticamente não restam alternativas de tratamento", explica Assef. 
Outro exemplo é a Klebsiella pneumoniae. Naturalmente encontrada na flora intestinal humana, é considerada endêmica no Brasil e foi a principal causa de infecções sanguíneas em pacientes internados em unidades de terapia intensiva em 2015, segundo dados da Anvisa. 
O mais preocupante é que ela tem se tornado mais forte com o passar do tempo. Nos últimos cinco anos, a sua taxa de resistência aos antibióticos carbapenêmicos (aqueles usados em pacientes já infectados por bactérias resistentes) praticamente quadruplicou no Estado de São Paulo - foi de 14% para 53%, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica paulista. 
"Os dados do Estado de São Paulo são um retrato do Brasil. É um problema crescente e muito grave, principalmente pela rápida disseminação dessas bactérias resistentes", diz Jorge Luiz Mello Sampaio, professor de microbiologia clínica da USP e consultor da Câmara Técnica de Resistência Microbiana em Serviços de Saúde da Anvisa. 

Resistência - A capacidade de bactérias de passar por mutações para vencer medicamentos desenvolvidos para matá-las é chamada de resistência antimicrobiana (sic) - ou resistência a antibióticos (as mutações não ocorrem "para vencer medicamentos". As mutações ocorrem de forma aleatória e inclusive podem até matar ou fragilizar a bactéria. Algumas mutações podem ser vantajosas e são selecionadas. Isso se chama EVOLUÇÃO.) (oooops... e o correto é resistência microbiana, né?)
Essa extraordinária habilidade é algo natural: os remédios, ao atacar essas bactérias, exercem uma "pressão seletiva" sobre elas, que lutam para sobreviver. Aquelas que não são extintas nessa batalha são chamadas de resistentes. Elas, então, se multiplicam aos milhares, passando o gene da resistência a sua prole. (Novamente o autor do texto conclui que a "luta pela sobrevivência" causa a mutação. Não é assim, ela seleciona mutações já existentes. E a palavra extinção não deve ser usada para indivíduos, mas para espécies!)
Esse processo natural pode ser acelerado por alguns fatores, como o uso excessivo de antibióticos. Um agravante é o emprego desses medicamentos também na agricultura, na pecuária e em outras atividades de produção de proteína animal. 
Muitos fazendeiros injetam regularmente medicamentos em animais saudáveis como um aditivo de performance. Isso acelera a seleção de bactérias no ambiente e em animais, que podem vir a contaminar humanos. (Calma com conclusões muito genéricas... nem toda bactéria animal tem ação nos humanos.)
De acordo com especialistas, o número crescente de infecções - que poderiam ser barradas por mais higiene e saneamento básico - também é um problema, porque demanda maior uso de antibióticos, o que, por sua vez, seleciona mais bactérias resistentes, perpetuando um círculo vicioso. 
Um estudo encomendado pelo governo britânico no ano passado estima que tais organismos irão causar mais de 10 milhões de mortes por ano após 2050. Atualmente, 700 mil pessoas morrem todos os anos vítimas de bactérias resistentes no mundo. 
Os efeitos na economia também podem ser devastadores. Países como o Brasil estariam sob o risco de perder até 4,4% de seu PIB em 2050, segundo estimativas do Banco Mundial. 

Pecuária -  Características específicas, como hospitais superlotados e alta atividade agropecuária com uso de antibióticos, fazem do Brasil um grande facilitador a bactérias resistentes. 
O país é hoje o terceiro no mundo a mais utilizar antibióticos na produção de proteína animal, atrás apenas da China e dos Estados Unidos - e deve continuar nessa posição até pelo menos 2030, aponta um estudo coordenado por Thomas P. Van Boeckel, da Universidade de Princeton (EUA). 
Consultado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que atua para diminuir o uso desses produtos em animais. A pasta afirma que já é proibido utilizar antibióticos como as penicilinas e as cefalosporinas para melhorar o desempenho dos animais. 
No ano passado, a colistina, um antibiótico considerado a última opção de tratamento a bactérias resistentes também teve seu uso proibido em animais saudáveis. 
"O Brasil está comprometido com o tema", diz Suzana Bresslau, auditora fiscal federal agropecuária da Coordenação de Programas Especiais do ministério. "O país reconhece que se trata de uma ameaça global à saúde pública e apoia os esforços para minimizar os riscos associados à resistência antimicrobiana." 
Na área hospitalar, a Anvisa monitora as infecções da corrente sanguínea em UTIs, associadas ao uso de instrumentos para aplicação de remédios, como o cateter. Somente em 2015, foram mais de 25 mil infecções desse tipo - a maioria causada por bactérias com altos índices de resistência. 
"Estamos com problemas graves de Estados falidos, com recursos menores para a saúde, hospitais com poucos funcionários, aquém do necessário para cuidar dos pacientes. Às vezes, nessa situação, protocolos básicos, como desinfecção das mãos, acabam passando", diz Sampaio. 
"Quanto maior a sobrecarga de trabalho, maior é a taxa de infecção hospitalar. Nesse cenário, há maior risco de selecionar bactérias multirresistentes." 

Combate - Desde dezembro (de 2016), o Ministério da Saúde vem elaborando, com diferentes pastas e a Anvisa, um plano nacional de combate a bactérias resistentes, a pedido da OMS. O material deveria ter sido apresentado em maio na 70ª assembléia da organização, em Genebra, na Suíça. 
Questionado sobre o documento ter sido discutido no encontro e quais seriam seus objetivos, o Ministério da Saúde não respondeu. De acordo com informações enviadas à OMS, o plano estratégico está pronto, mas ainda é necessário definir como será a implementação e o monitoramento das ações. 
A proposta brasileira está prevista para ser colocada em ação a partir de 2018, com expectativa de conclusão até 2022. Comparado com outras economias em desenvolvimento, o país está atrasado: a África do Sul começou a colocar seu plano em prática ainda em 2014, enquanto a China implementa o seu desde 2016. Já a Índia começou nesse ano. 
O país é também um dos únicos Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que ainda não disponibilizou o documento publicamente no site da OMS, juntamente com a Rússia. 
Consultada, a OMS disse que os países não são obrigados a compartilharem seus planos, mas que ela encoraja a prática "como uma forma de transparência e de boas práticas". 
Mas enquanto o governo trabalha numa estratégia, bactérias aprimoram sua capacidade de sobreviver aos remédios mais poderosos. 
Em outubro, a Anvisa encontrou no Brasil uma cepa da E. coli que tinha a capacidade de trocar material genético com outras espécies de bactérias e transferir o gene da resistência a outros organismos - não apenas à sua prole. 
Esse mecanismo a torna resistente a uma família de antibióticos chamada polimixinas, que se tornaram a última escolha de médicos frente a bactérias resistentes. 
O novo mecanismo de resistência exemplifica o quanto o assunto é urgente, diz Sampaio, da USP, para quem "a cada dia há uma surpresa" no universo desses organismos. 
"Elas se multiplicam a cada 20 minutos. É uma competição difícil. Nós levamos anos para colocar um antibiótico no mercado, elas podem levar 20 minutos para mutarem e vencerem o remédio." (Olha o exagero de novo em relação à mutação... claro que podem demorar 20 minutos - na verdade são instantâneas- ... ou podem demorar 200 anos... ou podem não acontecer.)


GRÁFICOS:





quarta-feira, 12 de julho de 2017

Três das DSTs mais comuns estão ficando intratáveis, diz OMS

Link para texto completo: http://exame.abril.com.br/ciencia/tres-das-dsts-mais-comuns-estao-ficando-intrataveis-diz-oms/

Trecho (com adaptações): Segundo a Organização Mundial de Saúde, sífilis, clamídia e gonorreia – doenças bacterianas sexualmente transmissíveis – estão ficando resistentes aos antibióticos mais usados contra elas. E infectam cada vez mais pessoas. 
As infecções são três das DSTs mais frequentes: juntas, elas contagiam 200 milhões de pessoas por ano – todo ano, são 131 milhões infectadas pela clamídia, 78 milhões pela gonorreia e 5,6 milhões pela sífilis. 
Com tanta gente ficando doente, os antibióticos estavam sendo administrados sem cuidado nenhum – e muitas vezes, por tempo demais ou em doses desnecessariamente altas. 
Esse uso exagerado de antibióticos é justamente o que tem feito as bactérias se tornarem mais resistentes. O caso da gonorreia é o pior: a OMS afirma que já existem cepas da bacteria N. gonorrhoeae, causadora da doença, que não respondem a nenhum dos medicamentos que existem. 
O cenário para sífilis e clamídia não é tão extremo, mas seus agentes causadores já se mostram bem mais resistentes à medicamentos também, o que preocupa a organização. 
Por isso, na terça (30/06/2017), a OMS aconselhou uma mudança nos tratamentos padrão para essas doenças. Para começar, a organização recomenda o uso do antibiótico certo para cada caso, em doses mais controladas do que se tem usado até agora – cada serviço de saúde em cada país deve ficar responsável por definir o medicamento. 
Outra recomendação, mais específica, é não usar a quinolona, um tipo de antibiótico comum nos casos de infecções bacterianas como a sífilis, a gonorreia e a clamídia. Para fechar, a OMS pediu que os governos prestem atenção no aumento da resistência dessas bactérias, ano a ano. 
Tudo isso deve aumentar os custos de tratamento, já que os antibióticos específicos são, geralmente, os mais novos – e mais caros. Fora que estudar os tipos de cepa que cada pessoa infectada tem antes de receitar um medicamento também vai dar um baita trabalho. 

Transmissão e sintomas - A sífilis é transmitida por meio do contato com feridas de pessoas infectadas – elas podem aparecer nos genitais, no ânus, na boca ou em outras partes do corpo. 
A doença também pode ser transmitida de mãe para filho turante a gestação ou no parto (por ano, a transmissão desse tipo provoca cerca de 143 mil mortes fetais e nascimento de natimortos, além de 62 mil mortes neonatais, segundo a OMS). 
Quem tem sífilis pode desenvolver essas feridas em um estágio inicial, mas elas saram logo e se tornam erupções com pus. 
Aí, esses sintomas desaparecem, até que um tempo depois (às vezes até anos), a doença volta à atividade e causa danos ao cérebro, aos olhos e ao coração. 
Já a clamídia, a mais comum das DSTs causadas por bactérias, causa um ardor forte ao urinar ou corrimentos genitais – embora a maioria das pessoas não apresente sintomas. 
A gonorreia pode provocar, além de dores nos genitais, infecções e muita dor no reto e na garganta.
As três doenças, caso não sejam diagnosticadas e tratadas a tempo, podem causar problemas graves a longo prazo – mesmo que não apresentem sintomas por um tempo. As mulheres, por exemplo, podem desenvolver gravidez ectópica (fora do útero), inflamações na região pélvica e abortos espontâneos. Nos dois sexos, a sífilis, a gonorreia e a clamídia podem causar infertilidade, além de aumentarem o risco da pessoa ser infectada pelo HIV.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cientistas descobrem nova partícula que ajudará a entender a "cola" da matéria

Link para texto completo: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2017-07-07/nova-particula-materia.html

Trecho: Os cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern, sigla em francês) descobriram uma nova partícula da matéria, chamada “Xicc++”. A novidade foi anunciada nesta quinta-feira (6/6/17) durante uma reunião da Sociedade Europeia de Física, em Veneza, na Itália.
A partícula pertence à família dos bárions, ou seja, praticamente a composição de toda a matéria que está ao nosso redor, como os prótons e os nêutrons, sendo formada pelos menores elementos da matéria: os quarks. Uma “Xicc++” é constituída por um quark up – o mais leve dos seis tipos do elemento, e outros dois quarks pesados, justamente o que difere a nova partícula dos outros bárions já conhecidos pela comunidade científica.
"Encontrar um bárion com quark duplo pesado é de grande interesse porque vai fornecer uma ferramenta única para promover a cromodinâmica quântica [teoria dos quarks]. Essas partículas irão ajudar a melhorar o poder das previsões de nossas teorias", explicou Giovanni Passaleva, porta-voz da missão LHCb, que há mais de uma década perseguia a partícula.
A descoberta da Xicc++ é de grande importância para o desenvolvimento de pesquisas sobre a “cola” que mantém todas as substâncias unidas. Além disso, representa um novo passo para entender uma das quatro forças fundamentais da natureza: a força forte, que integra o grupo junto das forças gravitacional, eletrodinâmica e fraca.
"Observar uma partícula do tipo foi possível graças à grandíssima quantidade de dados que o LHC está produzindo. Isso permite atingir um objetivo que não é fácil, como conseguir reproduzir a matéria em todos os seus estados possíveis", disse Donatella Lucchesi, pesquisadora da Universidade de Pádua e do Instituto Nacional de Física Nuclear.

A missão do LHCb  - O Grande Colisor de Hádrons, conhecido como LHC, é o maior acelerador de partículas do mundo. Ele está localizado no Cern, na Suíça, e é responsável por inúmeros experimentos científicos, como o CMS, o Atlas, o Alice e o LHCb, quatro detectores que buscam abrir portas para os fenômenos da chamada “nova física”.
O LHCb, que descobriu a nova partícula, corresponde a um experimento fundado com o objetivo de “explorar o que aconteceu depois do Big Bang, que favoreceu a criação do Universo da forma que o habitamos hoje em dia”, como explica a página oficial do projeto no Facebook.Reprodução/LHCb
Membros do projeto LHCb no acelerador de partículas do Cern, em Genebra
São mais de 700 cientistas de 52 instituições diferentes – incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro – , envolvidos no projeto, e um dos objetivos do grupo era justamente encontrar uma nova partícula de matéria, a Xicc++, que foi perseguida por mais de 10 anos pelos pesquisadores do Cern.