domingo, 5 de julho de 2020

Ameba "comedora de cérebro": entenda o que é esse protozoário letal.

Link para texto completo: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/07/ameba-comedora-de-cerebro-entenda-o-que-e-esse-protozoario-letal.html

Resumo: Protozoário Naegleria fowleri vive em águas quentes e não tratadas, e infecta seres humanos ao entrar pelas cavidades nasais.

Na última sexta-feira (3/7/2020), o Departamento de Saúde da Flórida, nos Estados Unidos, confirmou  um caso de ameba "comedora de cérebro" na região. Esta não é a primeira vez que alguém infectado pela doença vira notícia — em setembro de 2019, uma menina de 10 anos que morreu após contrair a doença, também nos Estados Unidos.

Mas, afinal, o que é a tal ameba "comedora de cérebro"? Entenda a seguir o que é o microrganismo e os problemas que ele pode causar:

A ameba "comedora de cérebro" é um protozoário conhecido cientificamente como Naegleria fowleri. Ele é um microrganismo de vida livre, ou seja, pode viver "solto por aí" e não depende necessariamente de um hospedeiro humano.

O protozoário é comumente encontrado no solo e em locais de água doce quente, como lagos, rios e fontes termais. A infecção pelo microrganismo geralmente se dá quando a água contaminada entra pelo nariz da pessoa. Uma vez dentro do organismo, a N. fowleri atinge o cérebro, causando uma doença conhecida como Meningoencefalite Amebiana Primária, que pode ser fatal.

Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a enfermidade se manifesta, inicialmente, a partir da perda de olfato e paladar, que ocorre cerca de cinco dias após a infecção. Em seguida, como o protozoário continua a migrar pelo tecido nervoso, uma resposta imunológica é desencadeada, resultando em uma inflamação do cérebro que gera rigidez do pescoço e dor de cabeça. À medida que a infecção progride, sintomas secundários surgem, como alucinações e convulsões. Eventualmente, o aumento da pressão craniana gerada pela inflamação pode levar à morte.

A boa notícia é que o problema é raro: entre 2006 e 2016, apenas 40 casos foram reportados nos Estados Unidos, segundo o CDC. No Brasil não há registros recentes de contaminação por Naegleria fowleri.

De acordo com o CDC, a taxa de fatalidade da doença chega a 97%. Há pouco ou nada que se possa fazer para ajudar os pacientes diagnosticados a Meningoencefalite Amebiana Primária. No entanto, um tratamento à base de miltefosina, medicamento experimental para leishmaniose, tem sido testado e se mostrou promissor.

A recomendação dos especialistas para evitar a contaminação é evitar o contato com águas que possam estar contaminadas, como piscinas inadequadamente cloradas ou mesmo água de torneira que não tenha sido tratada. Ao nadar em lagos e rios, é indicado utilizar proteção nasal.

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