quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Microrganismos em âmbar são descobertos na Bahia por equipe da UFRJ

Link para texto completo: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2021/10/microrganismo-preservado-em-ambar-e-descoberto-na-bahia-por-equipe-da-ufrj.html

Resumo: O professor Leonardo Borghi, do Instituto de Geociências (Igeo) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estava perto de Salvador quando encontrou rochas contendo algo muito raro: fósseis de protozoários com idades entre 125 milhões e 145 milhões.

Novas amostragens revelaram que os microrganismos estavam preservados em âmbar, uma resina fóssil incomum no Brasil. Então, o achado foi analisado pelos pesquisadores Thiago da Silva Paiva, do Instituto de Biologia da UFRJ, e Ismar de Souza Carvalho, do Igeo. A equipe publicou seus achados na revista científica Scientific Reports, no último dia 27 de setembro (2021).

A pesquisa é parte de uma série de estudos que descreve as primeiras espécies microscópicas imersas em âmbar do Brasil. O projeto também promete ampliar o conhecimento sobre a história evolutiva de microrganismos. E é possível ainda que o achado ajude a investigar depósitos de rios e lagos do período no qual a América do Sul e a África ainda eram unidas em um único continente, o Gondwana.

Entre as descobertas está um fóssil de um protozoário ciliado da espécie Palaeohypothrix bahiensis, que viveu durante o Cretáceo Inferior. Trata-se de um exemplar de uma linhagem extinta que até então era desconhecida pela ciência, apesar de ainda haver protozoários modernos vivendo em ambientes terrestres e aquáticos. Esses micróbios são, inclusive, usados por cientistas como indicadores para medir a qualidade da água e dos solos.

Os protozoários pertencem ao reino protista, cujos organismos já habitam nosso planeta há cerca de 1,8 bilhão de anos. Contudo, o registro fóssil desses seres é relativamente escasso, então pouco se sabe sobre a maioria dos grupos de protistas – e as novas descobertas são muito importantes para preencher essas lacunas.

P. bahiensis, por exemplo, é um representante extinto e diferente dos protozoários atuais. Logo, segundo conta Paiva ao Conexão UFRJ, o protozoário pode ajudar a compor o quebra-cabeça da história natural desses microrganismos e “reforça a hipótese de que são suscetíveis a eventuais processos de extinção, assim como ocorre com animais e plantas”.

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