sábado, 27 de novembro de 2021

Cientistas observam novo tipo de simbiose em que bactéria fornece energia para a célula.

Link para texto completo: https://super.abril.com.br/ciencia/cientistas-observam-novo-tipo-de-simbiose-em-que-bacteria-fornece-energia-para-a-celula/

Resumo: A bactéria “respira” nitrato e fornece energia para o protozoário, que, por sua vez, protege-a dentro da célula. A descoberta está relacionada à hipótese de origem da mitocôndria. 

Se você absorveu algum conteúdo das aulas de biologia do ensino médio, com certeza se lembra que a mitocôndria é a fonte de energia da célula. Ela é responsável pela respiração celular: entra oxigénio e glicose e saem pacotinhos de energia conhecidos como ATPs.

O que chama a atenção nas mitocôndrias é que nem sempre elas fizeram parte das células. No passado, elas provavelmente eram bactérias independentes, até que foram engolidas por outro organismo, ancestral das células eucariontes. Essa assimilação, que ocorreu há mais de um bilhão de anos, foi boa para os dois lados, que passaram a viver em simbiose - o ancestral da mitocôndria fornecia energia para a célula enquanto ficava protegido pela estrutura ao seu redor.

Com o passar do tempo, a mitocôndria foi se tornando cada vez mais integrada até se tornar uma organela presente nas nossas células. Ela inclusive possui material genético próprio (DNA mitocondrial) e capacidade de autorreprodução, sem precisar de comandos da célula hospedeira.

Agora, cientistas do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha detectaram um tipo de simbiose parecido com esse, mas que nunca havia sido visto na natureza: uma bactéria que vive dentro de um protozoário, fornecendo energia para ele. Só que em vez de usar oxigénio para gerar essa energia, a bactéria “respira" nitrato.

“Uma simbiose baseada na transferência de energia na forma de ATP, como observamos aqui, é sem precedentes. Na verdade, o único outro simbionte que tinha uma função parecida é justamente aquele que deu origem à mitocôndria no passado”, disse a pesquisadora Jana Milucka à Super. 

Os dois seres foram descobertos no fundo do Lago de Zug, na Suíça. O protozoário é formado por uma única célula e até possui mitocôndrias, mas a Candidatus A. ciliaticola (como foi chamada a bactéria que vive lá dentro), pode complementar ou até substituir essa produção de energia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário