terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Entenda o que é racismo ambiental

Entenda o que é racismo ambiental, termo apontado por Anielle Franco como uma das causas de tragédias climáticas no Rio.


Resumo: As fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro e outras regiões do Sudeste neste final de semana novamente levantaram o debate sobre os prejuízos causados, especialmente à população mais pobre. Neste domingo (14), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, publicou em suas redes sociais que está acompanhando a tragédia nos municípios fluminenses, "fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático". Mas o que significa esse termo?
"Estou acompanhando os efeitos da chuva de ontem nos municípios do Rio e o estado de alerta com as iminentes tragédias, fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático. Vou procurar conversar com o Ministro das Cidades para entender o que o Governo Federal pode fazer de assistência. Por enquanto, se possível, o ideal é evitar o deslocamento", escreveu a ministra.


O racismo ambiental é uma forma de desigualdade socioambiental que afeta principalmente as comunidades marginalizadas, como pessoas negras, indígenas e pobres. De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, "essas comunidades sofrem os impactos negativos da degradação ambiental e da falta de acesso a recursos naturais e serviços ambientais, enquanto as populações mais privilegiadas usufruem de uma maior proteção ambiental e melhores condições de vida".
Esse tipo de segregação se manifesta de várias formas, entre elas na localização de lixões e aterros sanitários próximos a comunidades de baixa renda e majoritariamente compostas por pessoas negras e indígenas, na poluição do ar em bairros mais pobres, na falta de acesso à água potável e saneamento básico em comunidades rurais e periféricas, entre outros casos.

Regiões afetadas no Rio estão entre as mais pobres do país
As tragédias que atingem essa parcela da população têm se intensificado nos últimos anos, em decorrência do avanço acelerado das mudanças climáticas.
No Rio de Janeiro, numa reprise de outros verões trágicos, as chuvas voltaram a assolar no fim de semana, deixando ao menos 11 mortos e uma mulher desaparecida na Zona Norte da capital e na Baixada Fluminense. O Mapa da Nova Pobreza, levantamento divulgado em 2022 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que os municípios que compreendem o arco de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estão entre as regiões mais pobres do país.
Esse conjunto de cidades figura entre as 100 regiões mais pobres do Brasil, com um terço da população vivendo na pobreza. Em 2021, segundo o levantamento, 33% dos moradores dessa região tinham renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais.
A região que compreende Duque de Caxias, Magé e Guapimirim, municípios da Baixada Fluminense, também está entre os 100 piores do país. De acordo com a FGV, 30,48% dos moradores dessas cidades estão na faixa de pobreza.


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