Trecho: Na primeira pesquisa, 400 tambaquis foram divididos em quatro ambientes: as salas do microcosmos, um espaço de 25 metros quadrados. Elas fazem parte da estrutura do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (Leem) do Inpa e simulam as mudanças do clima previstas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para o ano de 2100. Para isso, as salas foram equipadas com sistema automatizado. Um sensor captava a quantidade de CO2 que, por sua vez, era decodificada por um programa de computador, apto a aumentar ou diminuir os níveis.
Na primeira sala, a de controle, foram reproduzidos a temperatura, o nível de CO2 e a umidade iguais dos atuais – cerca de 30 graus e 380 partes por milhão (ppm) de de dióxido de carbono na atmosfera. As variações seguiram as condições naturais externas aos microcosmos, coletadas em tempo real por sensores especialmente instalados na floresta. A segunda refletiu um cenário brando, com temperatura elevada em 1,5 grau e 600ppm de CO2. Na terceira sala, foi adotado um parâmetro intermediário, com aumento de 2,5 graus e 800ppm. No último ambiente, de nível extremo, foram simulados 4,5 graus e 1.250ppm a mais.
Em cada sala, foram montados seis aquários para avaliar o crescimento e o metabolismo resultante das enzimas ômega 3 e 6, capazes de transformar gorduras saturadas em insaturadas (as mais saudáveis). Engenheira de pesca e doutoranda no Inpa, Alzira Miranda de Oliveira, responsável pelo trabalho, explica que, com o aquecimento global, a temperatura aumenta por causa dos crescentes níveis de dióxido de carbono na atmosfera, elevando o potencial do efeito estufa.
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