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Trecho: Autópsias realizadas nas vítimas do ataque que matou 86 pessoas, incluindo 30 crianças, na Síria na última terça-feira (4/4/17), na cidade de Khan Sheikhoun, confirmaram o uso de armas químicas, informou nesta quinta-feira (6/4/17) o ministro da Justiça da Turquia, Bekir Bozdag.
"Fizeram autópsias em três corpos que foram levados de Idlib para Adana (sul da Turquia) e contaram com a participação de representantes da Organização Mundial da Saúde e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). O resultado comprovou o uso de armas químicas", disse.
"Este exame científico revela também que (Bashar al) Assad utilizou armas químicas", completou o ministro, sem revelar os elementos que servem de base para a acusação.
O ministro turco já havia dito na quarta que existiam "provas" do uso de armas químicas no ataque, atribuído por ele ao governo sírio - o qual nega envolvimento.
Mais tarde, o Ministério da Saúde da Turquia divulgou que os pacientes foram expostos a gás sarin.
Segundo a Defesa Civil da Síria. que fornece serviços de resgate em áreas fora do controle das forças governamentais, o ataque expôs a substâncias químicas cerca de 300 pessoas.
Ao serem atendidos, os feridos apresentavam sintomas de asfixia, vômitos, espasmos e alguns soltavam espuma pela boca, segundo denunciaram algumas fontes.
Sarin, ou GB, é um composto organofosforado. É um líquido sem cor e sem cheiro, usado como arma química devido à sua extrema potência sob o sistema nervoso. O gás sarin foi classificado como arma de destruição em massa na Resolução 687 das Nações Unidas. A produção e o armazenamento de sarin foram proibidas na Convenção sobre Armas Químicas, de 1993, na qual o sarin é classificado como "Substância do Anexo 1".
O sarin é especificamente um potente inibidor da enzima acetilcolinesterase, uma proteína que degrada o neurotransmissor acetilcolina depois de liberado na fenda sináptica. Nos vertebrados, a acetilcolina é o neurotransmissor presente na junção neuromuscular, em que os sinais são transmitidos entre os neurônios do sistema nervoso central às fibras musculares. Normalmente, a acetilcolina é libertada do neurônio para estimular o músculo, após degradada pela acetilcolinesterase, permitindo assim o relaxamento do músculo. A acumulação de acetilcolina na fenda sináptica, devido à inibição da colinesterase, significa que o neurotransmissor continua a atuar sobre a fibra muscular, de modo que quaisquer impulsos nervosos são transmitidos continuamente. Sendo assim, após o estímulo para inspiração, não ocorre a expiração e as pessoas morrem asfixiadas.