Calor e sol podem provocar incêndio? Entenda o efeito da 'ignição espontânea'

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Resumo: Defesa Civil acredita que ignição espontânea foi provocada por altas temperaturas e acabou causando um incêndio em uma empresa de reciclagem em Valinhos.

Uma empresa de reciclagem foi atingida por um incêndio em Valinhos (SP) no domingo (7). A suspeita da Defesa Civil é que o forte calor daquele dia, com temperaturas que ultrapassaram os 35ºC, podem ter causado uma "ignição espontânea" no local.

A ignição espontânea é a combustão causada sem necessidade de uma fonte aparente. Ela é um fenômeno químico no qual há uma lenta geração de calor, a partir da oxidação de materiais combustíveis.

De acordo com o Capitão Baccin, do Corpo de Bombeiros de Campinas, só é possível que o sol e o calor provoquem incêndios ou focos caso haja, no local, material cujo ponto de fulgor seja abaixo da temperatura de 35ºC.

"A combustão espontânea ocorre quando há um superaquecimento de um material gerando uma oxidação com soltura de gases dessa superfície. Com o calor do sol, por exemplo, esses gases são aquecidos e quando atingem seu ponto de fulgor, ocorre a combustão. Não sei se isso é possível a 35ºC, com exposição de materiais sólidos como papéis, plásticos, madeiras, etc... mais provável ocorrer se houver um efeito lupa ou se tinha algum outro material no local.

Segundo a Defesa Civil, o material que pegou fogo na empresa de reciclagem em Valinhos é 90% metálico, mas havia também outros componentes, como plástico. Para o Capitão Baccin, o material metálico "é mais improvável ainda [que provoque incêndio]. Só se esse material metálico gerou um reflexo em algum outro material, do mesmo conceito do vidro", pontua.

Já o coodenador da Defesa Civil, Marcos Augusto, afirma que o incêndio que atingiu a empresa de reciclagem pode, sim, ter sido provocado por causa da alta temperatura que a cidade registrava no momento.

"O que a gente acredita que pode ter acontecido? O sol de ontem [domingo] lá nos 30 e poucos graus pegou em algum caco de vidro ou pegou até num reflexo de algum material bem brilhante, reproduziu, deve ter furado um spray ou iniciou-se a ignição num papel, num plástico", afirma Augusto.

"Em floresta acontece muito disso, o pessoal joga uma garrafa lá sobre as folhas secas, o sol do meio-dia, 13h, reflete e inicia-se a combustão e o incêndio", completa.