Trecho: A história da fosfoetanolamina, a "pílula do câncer", teve inicio na década de 1990, com a distribuição de cápsulas pelo professor da USP Gilberto Chierice sem a existência de estudos que comprovassem sua eficácia. Decisões judiciais pró e contra sua oferta surgiram, e grupos pró e contra a pílula travaram disputas sobre seus benefícios. A novela pode ter entrado em seu capítulo final nesta sexta (31/03/2017), com a divulgação dos resultados de um estudo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Após oito meses, a pesquisa financiada pelo governo do Estado de São Paulo foi suspensa por falta de "benefício clínico significativo" para os pacientes.
De 59 pacientes avaliados até então, apenas um, que tinha melanoma, teve melhora do quadro clinico. Esse paciente e aqueles que ainda estão em tratamento poderão continuar recebendo as cápsulas, mas não haverá novas inclusões.
Para participar do estudo era necessário estar em estágio avançado da doença e com histórico de falhas em terapias anteriores. Isso era necessário para verificar se apenas a fosfoetanolamina teria algum efeito — e não ela em combinação com outras drogas, como explica Paulo Hoff, diretor geral do Icesp e líder da pesquisa. Ele afirma que o modelo do estudo (testes em grupos de 21 pacientes, com dez tipos de tumores diferentes) não foi feito especialnente para a "fosfo", mas é o que é usado para qualquer novo tratamento.
Para que a pílula fosse considerada eficaz, esperava-se que pelo menos 20% dos pacientes tivessem melhora significativa da doença. Para Hoff, o resultado está muito aquém do desejável e não há justificativa ética para continuar a pesquisa.
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